SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O procurador-geral do Equador, Carlos Baca, pediu nesta segunda-feira (2) à Justiça que determine a prisão preventiva do vice-presidente Jorge Glas, alvo de investigação sobre o pagamento de propinas pela construtora brasileira Odebrecht no país.
"#CarlosBacaM pede a prisão preventiva para Jorge G por terem sido encontrados novos elementos de convicção na investigação por associação ilícita", informou no Twitter a Procuradoria, que participa de uma audiência na máxima corte de justiça para revisar as medidas cautelares que pesam sobre Glas, desde agosto impedido de sair do país.
A Procuradoria, que no domingo (1) encerrou a etapa de instrução deste milionário caso de corrupção de alcance continental, que no Equador envolve 18 pessoas e nos próximos dias deve apresentar ou desconsiderar acusações contra o vice-presidente, também solicitou para ele a "proibição de alienar bens e a retenção de contas".
O juiz Miguel Jurado poderia decidir já nesta segunda-feira (2) se aceita o pedido ou não do procurador, que também solicitou a prisão preventiva em um centro de detenção de um tio de Glas, Ricardo Rivera, sobre quem já pesa a prisão domiciliar, por ter mais de 65 anos.
Rivera está sob essa medida por suposto delito de associação ilícita para obter benefícios em contratos outorgados a Odebrecht.
"#CarlosBacaM solicita prisão preventiva para Ricardo R., argumentando vulnerabilidade da prisão domiciliar e potencial risco de fuga", acrescentou a Procuradoria.
Glas é acusado por José Conceição Santos Filho, um delator da Odebrecht, de ter recebido subornos de US$ 16 milhões da construtora por meio de Rivera.
Segundo Santos, Glas pediu US$ 1 milhão para a campanha governista nas eleições regionais de 2014. Santos, porém, não declarou se o montante foi pago ao Aliança País, mesmo partido do ex-presidente Rafael Correa e do atual mandatário, Lenín Moreno. Na votação, a sigla obteve o comando da maioria das cidades do país.
Há cerca de dois meses, Glas foi afastado por Lenín Moreno das funções de vice, que exercia desde 2013. Desde 2007, estava a cargo de setores estratégicos no governo de Rafael Correa.
Glas se diz inocente e que prefere ser preso a fugir de maneira "covarde".
O caso Odebrecht veio à tona no Equador em dezembro do ano passado, após o Departamento de Justiça dos EUA revelar que a empresa pagou US$ 33,5 milhões a funcionários do governo equatoriano entre 2007 e 2016.
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