SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com 32 times, a NFL, a liga de futebol norte-americano, é uma das competições mais duras, equilibradas e lucrativas do mundo. A partir dos eventos marcantes deste final de semana, esses 32 clubes, liderados por empresários bilionários, com elencos numerosos, têm um oponente em comum: o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A liga saiu em ofensiva contra Trump, que, na sexta (22) exultou os donos das franquias a demitirem os jogadores que se manifestarem durante a execução do hino nacional dos EUA.
O porta-voz da NFL, Joe Lockhart, disse nesta segunda (25) que nenhum atleta será punido. Nem mesmo aqueles que tenham ferido as regras da liga, como os jogadores de Pittsburgh Steelers, Seattle Seahawks e Tennessee Titans, que se recusaram a ir a campo para participar do cerimonial pré-jogo.
"Os atletas têm o direito de se expressarem. Foi um dia importante para a liga", afirmou Lockhart, que já foi secretário de imprensa da presidência de Bill Clinton (1993-2001).
Os EUA testemunharam no domingo (24) uma onda de protestos em suas gigantescas arenas, espalhadas de Leste a Oeste. Na verdade, até mesmo Londres, onde jogaram Baltimore Ravens e Jacksonville Jaguars, foi palco para o crescente movimento entre os atletas, agora impulsionados também por comentários explosivos de Trump.
Durante comício no estado de Alabama, o presidente pediu a saída de atletas com linguajar impróprio.
"Quando alguém desrespeita nossa bandeira, vocês não amariam se os proprietários da NFL ordenassem a retirada desse filho da puta de campo?", questionou.
Três donos de clube realmente foram a campo durante a rodada. Mas tomaram atitude bem diferente da sugerida.
Shakid Khan (Jacksonvile Jaguars), Jeffrey Lurie (Philadelphia Eagles) e Daniel Snyder (Washington Redskins) perfilaram com seus atletas, num raro ato de unidade na liga.
Antigos aliados de Trump agora se veem contrariados. A campanha do republicano à presidência contou com doações de dez proprietários de equipes da NFL. Entre eles, estavam Shakid e Snyder.
Segundo a revista "Forbes", o valor médio de uma franquia da NFL é de US$ 2,5 bilhões (R$ 7,8 bilhões).
Tom Brady, uma das estrelas da NFL e quem Trump já chamou de um "amigo" e entusiasta de sua candidatura, agora rebate o presidente.
"Foi algo que procurou separar as pessoas", afirmou o marido da modelo brasileira Gisele Bündchen. "Qualquer um tem o direito de fazer o que quiser. Se você não concorda, tudo bem. Pode manifestar sua discórdia. Mas de modo pacífico, respeitoso."
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