CAROLINA VILA-NOVA, ENVIADA ESPECIAL
BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) - Legenda irmã da União Cristã Democrata da chanceler Angela Merkel, a União Cristã Democrata da Baviera, conhecida pela sigla CSU, anunciou na manhã de ressaca eleitoral desta segunda-feira (25) que irá debater internamente a tradicional aliança entre ambos, que dura nada menos de 68 anos.
CDU e CSU concorrem nacionalmente e formam um bloco no Parlamento desde 1949. A CSU concorre como partido isolado apenas na Baviera.
O líder da CSU não escondeu sua insatisfação com os resultados alcançados pela aliança nas eleições de domingo (24). Horst Seehorf qualificou os 33% obtidos quase nove pontos a menos que em 2013 de "resultado amargo".
Seehorf marcou para a terça-feira (26) um encontro para decidir se a CSU deve manter o bloco parlamentar com a CDU. Depois, em declarações à agência de notícias DPA, disse que isso não quer dizer necessariamente uma ruptura com Merkel.
Não é uma boa notícia para a chanceler, que tem 30 dias para formar um novo governo.
O principal ponto de desacordo entre os dois é a política em relação aos refugiados. A CSU é a favor da imposição de um limite anual de 200 mil no número de refugiados a serem recebidos pelo país. Merkel é contra.
A perspectiva de formação de uma nova coalizão que inclua os Verdes também desanima a CSU.
Para o ex-presidente (governador) da Baviera pela CSU, Günther Beckstein, os Verdes e a CSU são como "a água e o fogo".
OPOSIÇÃO
O candidato do Partido Social Democrata, Martin Schulz, reafirmou a decisão do partido de não renovar a coalizão com Merkel.
"Gostaria de deixar claro que uma decisão foi tomada, somos oposição neste país", disse Schulz nesta manhã. "Vamos ver que tipo de governo será formado. Vamos confrontar esse governo de maneira construtiva como oposição."
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