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Líder de sigla ultranacionalista diz que não participará de grupo parlamentar

DIOGO BERCITO, ENVIADO ESPECIAL BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) - Um dia após as eleições que marcaram a sua controversa estreia dentro do Parlamento alemão, o partido de direita ultranacionalista AfD (Alternativa para a Alemanha) sofreu uma primeira rachad

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 25.09.2017, 08:25:03 Editado em 25.09.2017, 08:25:04
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DIOGO BERCITO, ENVIADO ESPECIAL

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BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) - Um dia após as eleições que marcaram a sua controversa estreia dentro do Parlamento alemão, o partido de direita ultranacionalista AfD (Alternativa para a Alemanha) sofreu uma primeira rachadura nesta segunda-feira (25).

A vice-líder Frauke Petry, sua figura mais carismática, chocou os próprios colegas ao anunciar que não vai participar do grupo parlamentar da sigla, que teve 12,6% dos votos no pleito de domingo (24).

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Petry, que venceu um assento em seu distrito eleitoral na Saxônia, fez o anúncio durante uma coletiva de imprensa e deixou a sala sem responder às perguntas dos jornalistas. A julgar pelas reações de outros membros do partido, o gesto foi inesperado mesmo para eles.

A decisão é resultado de meses de disputas internas, em que Petry se apresentava como uma ala mais moderada dentro de um partido radical marcado pela xenofobia e pela aversão ao islã.

Ela estava descontente, por exemplo, com algumas das afirmações recentes de Alexander Gauland, outro líder da AfD, que descreveu como "pouco construtivas".

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Petry criticou publicamente Gauland por ter dito que o partido iria perseguir o governo atual da chanceler Angela Merkel e que a Alemanha deveria ter orgulho de seus soldados na Segunda Guerra Mundial —em que o regime nazista matou ao menos 6 milhões de judeus.

A líder carismática da AfD chegou a dizer a jornalistas que seu próprio partido vivia um período de "anarquia" nas semanas anteriores às eleições e que "não oferece uma plataforma com credibilidade para o governo"

SEGUNDA GUERRA

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A ascensão da AfD foi uma das grandes novidades destas eleições alemãs, marcadas pelo continuísmo. Merkel e sua CDU (União Democrata-Cristã) vão continuar no poder. É o quarto mandato consecutivo da chanceler, que poderá completar 16 anos no poder.

A CDU teve 33% dos votos no domingo. O segundo lugar ficou com o SPD (Partido Social-Democrata), de seu rival Martin Schulz, com quem hoje governa em coalizão.

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Esta é a primeira vez que um partido de direita ultranacionalista chega ao Parlamento alemão desde o fim da Segunda Guerra em 1945.

Com seus 12,6%, a AfD deve ter 94 assentos em um Parlamento com o total de 709 cadeiras —o tamanho da Casa varia de acordo com a eleição, no complicado sistema alemão conhecido como "distrital misto", que já foi proposto para o Brasil.

COALIZÃO

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Como líder do partido com mais votos, Merkel deve formar o próximo governo. Ela tem 30 dias para a tarefa, após os quais o país precisa convocar novas eleições.

Não será uma tarefa fácil. Seu parceiro atual, o SPD, afirmou publicamente no domingo ter planos de voltar à oposição, abandonando a parceria com a chanceler.

Isso significa que Merkel precisará recorrer aos liberais do FDP e aos Verdes. O trio tem, em conjunto, 52,6% dos votos, ou seja, uma maioria.

O problema é que FDP e Verdes têm posições aparentemente irreconciliáveis em áreas como ambiente e política migratória —e pior,são dois assuntos que estarão no centro do próximo governo.

As duras negociações das próximas semanas, portanto, serão marcadas pelas tentativas de Merkel arrancar concessões dessas duas siglas, enquanto talvez insista para que o SPD permaneça na coalizão, abandonando os planos de ser a oposição.

Uma coisa, porém, já está clara de antemão, e já foi dita explicitamente pela chanceler: ela não se aliará à AfD sob nenhuma hipótese.

O partido de direita ultranacionalista enfrenta grande resistência no país, apesar do sucesso deste domingo. Havia protestos diante de sua sede em Berlim, com manifestantes chamando seus membros de "nazistas".

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