SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Coreia do Norte voltou a desafiar a comunidade internacional nesta sexta-feira (22) e disse que pode testar uma bomba de hidrogênio sobre o oceano Pacífico.
O anúncio acontece após o presidente americano, Donald Trump, afirmar na ONU que os Estados Unidos podem ter de destruir o país asiático, e o ditador Kim Jong-un responder que Washington vai pagar caro por suas ameaças.
De acordo com o ministro de Relações Exteriores norte-coreano, Ri Yong-ho, a Coreia do Norte considera o teste em uma "escala sem precedentes". O ministro está em Nova York, para a Assembleia Geral das Nações Unidas.
Após a declaração desta sexta, Trump disse que Kim é "obviamente um louco".
"Kim Jong-un, que não se importa em matar ou deixar sua população morrer de fome, será testado como nunca antes", escreveu o americano em uma rede social.
No dia 3 de setembro, a Coreia do Norte realizou o seu teste mais potente até hoje com o que seria uma bomba de hidrogênio. A potência estimada da explosão foi de 250 quilotons, ou seja, 16 vezes a força da bomba atômica que destruiu a cidade japonesa de Hiroshima em 1945.
Desta vez, Pyongyang ameaça explodir o artefato fora de seu território. O teste seria considerado uma grande provocação por Washington e seus aliados, uma vez que todas as seis explosões nucleares em exercícios da Coreia do Norte desde 2006 foram realizadas no país.
Em uma tentativa de sufocar ainda mais o regime de Kim Jong-un, Trump e a União Europeia anunciaram na quinta (21) mais sanções contra Pyongyang. A medida amplia a retaliação a indivíduos, empresas e entidades que mantiverem transações com o país comunista.
PREOCUPAÇÃO
O ministro da Defesa japonês, Itsunori Onodera, disse que um teste no Pacífico pode representar um novo míssil que sobrevoe o Japão.
Onodera afirmou que a Coreia do Norte tem a capacidade de realizar um teste de bomba de hidrogênio em um míssil de médio alcance ou em um míssil intercontinental, citando dados sobre o desenvolvimento de armas nucleares norte-coreanas.
Nos últimos meses, Pyongyang disparou dois mísseis que sobrevoaram o Japão, aumentando a tensão entre os dois países.
Em meio à troca de ameaças entre EUA e Coreia do Norte, a China disse nesta sexta que a situação na península Coreana é "complicada e sensível" e pediu moderação aos dois lados.
"Todas as partes relevantes devem exercer a moderação em vez de se provocarem", disse o ministro de Relações Exteriores chinês, Lu Kang. "Acreditamos que somente se as partes encontrarem um meio termo poderão realmente resolver a questão da península e estabelecerem a paz e estabilidade."
A China já sugeriu que Pyongyang interrompa sua atividade nuclear e que os EUA, em troca, suspenda seus exercícios militares na região.
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