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ATUALIZADA - Policiais são condenados por megachacina

ROGÉRIO PAGNAN E THIAGO AMÂNCIO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça de São Paulo condenou dois policiais militares e um guarda-civil por participação na maior chacina de SP, que deixou 17 mortos há dois anos em Osasco e Barueri, na região metropolitana

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 22.09.2017, 21:10:11 Editado em 22.09.2017, 21:10:11
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ROGÉRIO PAGNAN E THIAGO AMÂNCIO

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça de São Paulo condenou dois policiais militares e um guarda-civil por participação na maior chacina de SP, que deixou 17 mortos há dois anos em Osasco e Barueri, na região metropolitana da capital. Somadas, as penas passam dos 600 anos de prisão.

Foram condenados os policiais militares Fabrício Emmanuel Eleutério (255 anos, sete meses e dez dias) e Thiago Barbosa Henklain (247 anos, sete meses e dez dias), além do guarda municipal de Barueri Sérgio Manhanhã, a 100 anos e dez meses.

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Presos, eles vão recorrer da sentença. A defesa deles deve adotar a mesma estratégia dos policiais condenados pelo massacre do Carandiru, de que não houve individualização de conduta --não há informações exatas sobre o que cada acusado fez no crime.

"Eles já vieram todos condenados para cá. Durante dois anos, foram expostos como os culpados", disse a advogada Flávia Artilheiro.

"Os maus policiais, que são minoria, comecem a refletir sobre esse resultado ao ver que os jurados aqui não têm mais receio, e entender que não se tolera mais violência com as próprias mãos, Justiça com as próprias mãos, matança, extermínio de um sujeito considerado por eles um criminoso", disse o promotor Marcelo de Oliveira.

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A juíza Elia Bulman se emocionou ao proferir a sentença. "Engana-se quem pensa que um juiz do tribunal do júri ou quem quer que seja que trabalha aqui se acostuma com a morte, com a perda."

"Foi surpreendente", disse Zilda Maria de Paula, mãe de uma das vítimas. "Mas não há nada o que comemorar. Eu não queria estar aqui, queria estar em casa com meu filho."

As famílias dos réus protestaram. "Estão enterrando meu filho vivo", disse o pai de Fabrício, José Eleutério. "Os verdadeiros culpados estão passando aqui na porta e rindo."

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Outro policial militar, Victor Cristilder, 32, acusado de também participar do crime, será julgado em outra data, a ser definida, porque foi o único que recorreu da sentença que mandou todos a júri.

Os principais indícios que foram levados ao júri buscando condenar os acusados foram o reconhecimento de Eleutério por sobrevivente; uma testemunha que disse ter ouvido de terceiro que a mulher de Henklain reconheceu o PM em imagens de TV entre os assassinos do bar; e uma comunicação entre o PM Victor Cristilder, também acusado, e o guarda municipal Manhanhã na noite do crime, antes e depois da chacina, por meio de WhatsApp, sem texto, só com um sinal de positivo e, na última mensagem, um braço forte.

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Na quinta (21), o promotor Oliveira chegou a dizer que queria a condenação e esperava que os réus "morressem na prisão". Depois, recuou na declaração e disse que esperava que eles continuassem vivos, mas dentro da prisão.

Os advogados de Eleutério defenderam que havia dez provas da inocência do soldado da Rota, contra um único indício contra ele --o reconhecimento de uma testemunha, que, ainda segundo a defesa, apresentava contradições.

A defesa de Manhanhã diz que ficou provado nos depoimentos dos chefes da guarda que o réu não tinha competência para deslocar os carros da guarda para regiões distantes de onde aconteceria o ataque.

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Segundo a acusação, ele teria afastado dos locais do crime os carros da unidade que comandava. Além disso, argumentou que apenas uma mensagem com um sinal de positivo, sem contexto, não seria prova suficiente para condenar alguém.

A defesa de Henklain argumentou que a testemunha que relatou que uma terceira pessoa ouviu uma briga entre Henklain foi ouvida apenas pela polícia, e não pela Justiça, o que tiraria o valor dessa declaração.

CASO

Em agosto de 2015, ataques em série de homens encapuzados deixaram um saldo de 17 pessoas assassinadas em Osasco e na vizinha Barueri.

De acordo com a acusação, a chacina foi provocada por um grupo de PMs e guardas civis que se uniram para vingar a morte de dois colegas deles em dias anteriores.

Nenhuma das vítimas tinha ligação com a morte dos agentes em dias anteriores, e a maioria não tinha passagem policial. Os criminosos, usando touca ninja, saíram em ao menos dois carros por ruas dessas cidades atirando contra alvos escolhidos por eles. Em um único bar de Osasco, oito pessoas foram assassinadas e outras duas ficaram feridas.

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