GUILHERME SETO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), assinou decreto nesta quinta-feira (21) que estabelece novo modelo de compartilhamento de bicicletas, prevendo o aumento do número de bicicletas oferecidas de cerca de 200 para 10 mil em um ano.
O serviço será fornecido por empresas interessadas, como o banco Itaú, que já tem parceria com a prefeitura, e pago pelos usuários por meio do cartão do Bilhete Único.
O programa determina que terão prioridade na instalação das bikes em regiões mais disputadas, como no centro de São Paulo, as empresas que tiverem mais bicicletas nas áreas periféricas.
Nesses locais, segundo o secretário de Transportes, Sergio Avelleda, a prefeitura quer que os usuários tenham a possibilidade de pegar uma bicicleta e devolvê-la apenas no dia seguinte, podendo, assim, utilizá-la como meio de transporte entre o metrô ou o terminal de ônibus e suas casas.
"Esse serviço tem uma característica que chamamos de 'a última milha', a conexão entre estações de metrô e um prédio comercial, uma universidade, uma residência. Tem que se integrar com o sistema de transporte público. Os grandes pontos de chegada e de partida terão prioridade na instalação das estruturas", diz Avelleda, que não vê o aumento de roubos como um problema potencial.
"Os operadores atuais não têm um grande problema com furto de bicicletas. Elas são controladas por georreferenciamento, e a própria pessoa terá interesse em devolver a bicicleta para pegá-la no dia seguinte".
Os valores serão cobrados dos usuários por meio do Bilhete Único --inicialmente do cartão, que Doria quer extinguir e deixar apenas nos celulares. Os preços serão estabelecidos por uma comissão municipal na próxima semana, e a estimativa do secretário é que em duas semanas as estações comecem a ser distribuídas pela cidade.
A administração pública não terá custos com o projeto, que será bancado por empresas privadas interessadas em exporem suas marcas.
O sistema de compartilhamento fazia parte do projeto de lei 367/2017, do Executivo, que trata da concessão de parques, terminais de ônibus, Bilhete Único e mercados e sacolões, mas foi retirado para dar lugar ao decreto.
Não será permitido que as empresas restrinjam o uso das bicicletas para clientes com cadastro bancário. Todas as estações do sistema terão que oferecer a cobrança por Bilhete Único e cartão de crédito.
A prefeitura receberá das empresas informações sobre os trajetos feitos pelos usuários e os utilizará, segundo Avelleda, para a melhoria das políticas cicloviárias -segundo o secretário, o projeto é construir mais ciclovias.
Com o aumento das bicicletas, as atuais ciclovias serão mais exigidas e a demanda pela criação de novas aumentará. No entanto, a gestão Doria tem adotado medidas impopulares em relação aos ciclistas, com o fechamento de ciclovias. Por conta disso, o prefeito tem sido alvo de protestos.
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