SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) apresentou nesta quarta-feira (20) o plano de trabalho da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) mista criada para investigar irregularidades envolvendo o grupo JBS e a holding J&F. Marun é o relator da comissão e deve conduzir as investigações juntos outros dois sub-relatores. As informações são da Agência Brasil.
A comissão deve apurar como ocorreram operações de concessão de benefícios em financiamentos realizados entre a JBS e o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social). Outro eixo de apuração é com relação o acordo de delação premiada firmado entre os empresários da companhia e o Ministério Público Federal no âmbito das investigações da Operação Lava Jato.
Além do plano de trabalho, a comissão deve começar a analisar os 215 requerimentos de convocação de depoentes e solicitação de informações junto às empresas e órgãos públicos que foram protocoladas até a manhã desta quarta-feira.
Segundo Marun, poderão ser convocados para depor na CPI procuradores e ex-procuradores da República, delegados e servidores da Polícia Federal, além de executivos e ex-executivos do BNDES, da JBS, entre outros envolvidos. O ex-procurador Geral da República, Rodrigo Janot é um dos nomes que podem ser convocados. Eu penso que estamos estabelecendo o início dos trabalhos. A ideia é que nenhum requerimento seja reprovado ( ) queremos já aprovar alguns que entendemos imprescindíveis para o início dos trabalhos, disse Marun.
O relator disse ainda que não tem interesse em ouvir os delatores da JBS, por considerá-los "mentirosos contumazes", apesar de haver vários requerimentos para convocar os empresários.
OPOSIÇÃO
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) solicitou nesta quarta ao STF (Supremo Tribunal Federal) que a comissão seja suspensa por apresentar vários vícios formais. Randolfe entrou com um mandado de segurança para impedir que a CPI examine as delações premiadas pelo Poder Legislativo e evitar a convocação de procuradores.
O senador argumenta que o trabalho da comissão deve se limitar à investigação dos crimes da organização criminosa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, proprietários da JBS. Para Randolfe, a CPI pretende ignorar os negócios firmados entre os executivos e altos membros do poder Executivo e constranger membros do Judiciário para barrar o avanço da Lava Jato.
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