SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os Estados Unidos "estão avaliando" o possível fechamento de sua embaixada em Cuba, depois dos misteriosos ataques acústicos que afetaram ao menos 21 de seus funcionários, anunciou neste domingo (17) o secretário de Estado, Rex Tillerson.
"É um assunto muito sério pelo dano que indivíduos sofreram. Alguns deles foram repatriados", declarou o chefe da diplomacia americana para a rede de TV "CBS".
Desde o final de 2016, 21 funcionários americanos da embaixada e alguns diplomatas canadenses manifestaram sintomas físicos, sobretudo de perda de audição, enxaquecas e náuseas e têm recebido assistência médica, alguns deles nos Estados Unidos, de acordo com o Departamento de Estado.
O último incidente foi registrado em agosto, apesar de as autoridades americanas terem se queixado aos homólogos cubanos e expulsado dois diplomatas da legação de Washington em maio.
O chanceler americano, que qualificou os ataques como "sem precedentes", advertiu o governo cubano que é responsável pela segurança dos diplomatas que trabalham na ilha, ainda que não tenha especificado quem está por trás dos ataques.
Funcionários americanos contaram à imprensa que algum tipo de dispositivo sonoro foi usado para prejudicar a saúde dos trabalhadores.
O Canadá também informou que um de seus diplomatas em Cuba sofreu perda de audição e disse que trabalhava "ativamente" na investigação do que aconteceu.
O ministério de Relações Exteriores de Cuba afirmou que estava cooperando com a investigação dos Estados Unidos nesses "supostos incidentes".
A embaixada dos EUA em Havana foi reaberta em 2015, sob o mandato do presidente Barack Obama, após meio século de ruptura nas relações diplomáticas entre os países.
As tensões entre eles aumentaram depois que Trump anunciou, em junho, o cancelamento da iniciativa de Obama de impulsionar as relações com Cuba, com restrições a viagens de americanos à ilha e proibição de transações comerciais entre empresas americanas e entidades militares cubanas.
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