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Apesar de tanta grife, 'Até Nunca Mais' nunca sai do limbo teórico

SÓ PODE SER REPRODUZIDA NA ÍNTEGRA E COM ASSINATURA CÁSSIO STARLING CARLOS SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A conjunção de tantos nomes de prestígio nos créditos de "Até Nunca Mais" aumenta tanto a expectativa que é difícil evitar a frustração. No alto, está

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 11.09.2017, 17:25:09 Editado em 11.09.2017, 17:25:09
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SÓ PODE SER REPRODUZIDA NA ÍNTEGRA E COM ASSINATURA

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CÁSSIO STARLING CARLOS

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A conjunção de tantos nomes de prestígio nos créditos de "Até Nunca Mais" aumenta tanto a expectativa que é difícil evitar a frustração.

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No alto, está Don DeLillo, cujo romance "A Artista do Corpo" serve de base para o roteiro. Ao lado dele, o diretor Benoît Jacquot agrega valor como um cineasta de percurso sólido, apesar de irregular.

O reencontro diante das câmeras do ex-casal Mathieu Amalric e Jeanne Balibar, atores ícones do cinema francês contemporâneo, também chama a atenção.

A respeitabilidade de Paulo Branco, produtor indissociável das obras de Manoel de Oliveira e Raoul Ruiz, entre outros grandes do cinema de autor europeu, completa o conjunto de assinaturas reluzentes.

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"Até Nunca Mais" surpreenderia, talvez, se essa constelação não brilhasse tanto ou se algum risco compensasse o excesso de cálculo por trás do projeto.

A estrutura fragmentar do romance de DeLillo e sua narrativa reflexiva são um material muito mais complexo de se adaptar à visualidade do cinema do que a sucessão de percepções delirantes de "Cosmópolis", obra do autor americano filmada à altura por David Cronenberg em 2012, também sob encomenda de Paulo Branco.

A escolha sensata de Jacquot é se afastar do oprimente material literário e inocular elementos da forma cinematográfica, abandonando o plano impossível de adaptação.

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A jovem atriz Julia Roy, que interpreta o papel central, estreia como roteirista com uma transposição que retém somente um fiapo da trama original, a desordem afetiva vivida por uma performer após o suicídio do marido.

O aspecto concreto do corpo, eixo do trabalho da artista, serve de contraponto a lucubrações sobre o imaterial e o espiritual, quando o fantasma do marido ressurge das sombras da casa. As referências psicanalíticas frequentes na obra de Jacquot encontram eco nesse material e justificam sua adesão ao projeto.

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Mas, apesar de tanta grife e do admirável empenho de Julia Roy, "Até Nunca Mais" nunca sai do limbo teórico, não traz nada da paixão romanesca com que Jacquot dá vida a seus bons trabalhos.

ATÉ NUNCA MAIS (À JAMAIS)

Direção: Benoît Jacquot

Produção: França/Portugal, 2016, 14 anos

Elenco: Mathieu Amalric, Julia Roy e Jeanne Balibar

Avaliação: regular

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