INCLUI TEMER-CHINA
GUSTAVO URIBE, ENVIADO ESPECIAL
XIAMEN, CHINA (FOLHAPRESS) - O teste nuclear feito pela Coreia do Norte no domingo (3) foi alvo de crítica dos Brics ao fim da cúpula do grupo que reúne Brasil, África do Sul, Rússia, Índia e China os três últimos, potências atômicas.
Na declaração final divulgada nesta segunda (4), os cinco países expressaram "profunda preocupação" com o aumento da tensão na escalada armamentista e defenderam uma solução pacífica e por meio de um diálogo direto entre todas as partes envolvidas.
A crítica tem peso por incluir a China, vizinha e aliada norte-coreana, cada vez mais pressionada para tomar medidas contra Pyongyang.
"Deploramos profundamente o teste nuclear realizado pela Coreia do Norte e expressamos profunda preocupação com a tensão em curso e a questão nuclear prolongada na Península da Coreia", diz o documento.
A inclusão da crítica à Coreia do Norte foi uma reivindicação da China e da Rússia. Segundo a reportagem apurou, o governo chinês chegou a defender a inclusão de uma menção aos EUA, igualando-o ao país asiático no conflito nuclear. Os demais países, no entanto, discordaram.
Para o presidente Michel Temer, o teste dá "concretude a temores que parecem ter ficado nos livros de história".
O brasileiro defendeu uma saída diplomática para o que chamou de "situação grave" e pregou a necessidade do desarmamento nuclear. Temer disse ainda que o mundo vive sob incerteza e uma aparente erosão de valores como o apego ao direito internacional e ao livre comércio.
COMÉRCIO
No documento final, os cinco países apontam uma tendência mundial de protecionismo, que, afirmam, ameaça as perspectivas de crescimento global e a confiança do mercado financeiro.
Segundo os Brics, as incertezas e os riscos persistem.
"Nós nos comprometemos novamente com a promessa para reversão de medidas protecionistas e pedimos a outros países que se juntem a nós nesse compromisso."
Na quarta passada (30), porém, o Brasil recebeu um prazo de 90 dias da Organização Mundial do Comércio para suspender programas de subsídios à indústria considerados protecionistas por Japão e União Europeia. O país recorreu da decisão.
Os Brics também exortaram os demais países a "implementarem plenamente" o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas e defenderam a economia baseada na baixa emissão de carbono contraponto ao americano Donald Trump, que pediu para deixar o tratado global assinado em 2015 por seu antecessor, Barack Obama.
Eles também pediram que os países desenvolvidos, que poluem há mais tempo, forneçam recursos para os países em desenvolvimento se adaptarem às mudanças. Os países desenvolvidos questionam a necessidade de economias grandes, como as dos Brics,receberem essa ajuda.
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