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Crise na Venezuela foi provocada por atores externos, diz Celso Amorim

DIEGO ZERBATO SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-chanceler Celso Amorim disse nesta sexta-feira (1º) que "a ação de atores externos" levou à crise na Venezuela e condenou o presidente dos EUA, Donald Trump, por declarar que teria a opção militar para reso

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 02.09.2017, 09:20:09 Editado em 02.09.2017, 09:20:09
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DIEGO ZERBATO

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ex-chanceler Celso Amorim disse nesta sexta-feira (1º) que "a ação de atores externos" levou à crise na Venezuela e condenou o presidente dos EUA, Donald Trump, por declarar que teria a opção militar para resolver a situação.

Amorim falou em um ato de organizações que apoiam o regime de Nicolás Maduro, do qual se ofereceu a participar após a ameaça de Trump, que considerou "a gota d'água" -ele, porém, não se referiu ao líder venezuelano em nenhum momento nem disse que o apoiava.

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Para o ex-ministro, a iniciativa de governos de esquerda de criar blocos sem os EUA, como a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) e a Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e do Caribe) "foi decisiva para todos os serviços se juntassem para atacar"."Essas coisas incomodaram muito. Acho que os outros perceberam isso, e decidiram agir."

Ele insinuou também que estes atores provocaram a queda dos preços do petróleo, o que agravou a crise econômica venezuelana. "Com um conflito russo na Ucrânia, um conflito entre o Irã e Arábia Saudita e a situação da Venezuela, é muita coincidência que os preços do petróleo tenham baixado tanto.

A ameaça de Trump, afirma, "foi o que definiu a ter que estar do lado certo". "Foi um incentivo a todos os terroristas e forças reacionárias para que comecem usar a força e cobrem a ele para que venha [a concretizar a intervenção]."

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Amorim criticou os atuais governos de região por não agirem de forma mais incisiva contra o americano. "Defender a Venezuela neste caso é defender o Brasil", disse.

"Contra isso temos que ter a resistência daqueles que praticam a paz. Não basta ser apenas a defesa das pessoas de esquerda. Temos que convencer todos os amantes da paz a condenarem a violência na Venezuela."

DEFESA

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Além de Amorim, também discursaram o dirigente do MST João Pedro Stédile, o líder do MTST Guilherme Boulos, o ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh e o cônsul venezuelano em São Paulo, Robert Torrealba.

Stédile chama as manifestações da oposição de "tática ucraniana" dos EUA para derrubar Maduro -em referência aos protestos que levaram à queda de Viktor Yanukovich em 2014, depois de as outras alternativas fracassarem.

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"O que os fascistas fizeram? Contrataram um bando de mercenários que passou quatro meses tocando o terror", disse Stédile, que atribuiu às forças de segurança só 5 das 124 mortes nos atos -a ONU diz que foram 73.

Líder de mobilizações que já foram alvo da polícia no Brasil, Boulos chamou a oposição "direita golpista e da barbárie" e cita como exemplo a acusação do regime de que seus rivais queimaram 19 pessoas por serem chavistas.

Até o momento, Maduro ainda não mostrou provas de que todos esses homicídios realmente aconteceram. Também não apresentou provas de que houve intenção política no único caso conhecido, ocorrido em 20 de maio —testemunhas dizem que o homem foi queimado porque roubava manifestantes.

"Não cabe a Temer e a Trump julgar Maduro. A nós cabe defender, com unhas e dentes, o processo democrático na Venezuela. A Venezuela é o bastião da resistência na América Latina."

O evento, que reuniu 200 pessoas, foi organizado pelo Comitê Brasileiro pela Paz na Venezuela, grupo criado em 31 de julho, dia seguinte à eleição da Assembleia Constituinte, e reúne o PT, o PCdoB, a CUT e outros grupos de esquerda.

Em seu manifesto, ele considera a Casa chavista "o caminho para a paz e a normalidade, para retomar o caminho do desenvolvimento e da prosperidade, para superar a crise institucional e construir um programa que reunifique a pátria vizinha" -mesmo argumento de Maduro.

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