SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Cerca de 400 pessoas morreram em confrontos entre a minoria muçulmana rohingya e o Exército de Mianmar na última semana, segundo mostram novos dados oficiais. Este é o maior surto de violência que atinge a etnia no país em décadas.
No último dia 25, insurgentes rohingyas atacaram postos policiais e uma base do Exército no Estado de Rakhine, onde se concentra a maior parte da minoria.
Em reação, os militares iniciaram operações contra o grupo. Segundo o Exército, o objetivo é deter "terroristas extremistas" e proteger a população civil.
Porém, os rohingyas denunciam uma campanha de incêndios criminosos e assassinatos para forçá-los a deixar o país. Pelo menos 38 mil rohingyas fugiram de Mianmar para Bangladesh na última semana, de acordo com a ONU --a minoria tem cerca de 1,1 milhão de pessoas.
Na quinta-feira (31), três barcos que levavam pessoas da minoria muçulmana que fugiam dos conflitos naufragaram na costa de Bangladesh. Corpos de 26 crianças e mulheres foram achados.
O conflito levou o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, a pedir nesta sexta a diminuição da violência para impedir uma "catástrofe humanitária" no país.
CONFLITOS
Os novos combates representam uma escalada em um conflito em ebulição desde outubro de 2016, quando ataques semelhantes de rohingyas a postos de segurança provocaram uma reação militar de Mianmar -o que gerou uma série de denúncias de abusos de direitos humanos.
Com maioria budista, Mianmar não reconhece os rohingyas como cidadãos, negando acesso a serviços como saúde e educação.
A continuação do conflito é o principal desafio da líder nacional Aung San Suu Kyi, que há dois anos assumiu o controle do país com a promessa de instalar a democracia em Mianmar. Ela é criticada por não se posicionar sobre a perseguição à minoria.
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