SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os EUA proibiram nesta sexta-feira (25) que pessoas físicas e empresas americanas comprem títulos da dívida pública da Venezuela e da petroleira estatal PDVSA, na sexta -e mais rígida- rodada de sanções econômicas contra o regime de Nicolás Maduro em 2017.
Estas punições são as primeiras a atingirem diretamente a economia venezuelana, e, portanto, supostamente mais efetivas, já que interrompem canais de financiamento do regime.
Até então, os alvos do governo de Donald Trump haviam sido indivíduos, como Maduro e seus aliados.
O decreto impede a compra de títulos da dívida venezuelana com vencimentos maiores que 30 dias e da PDVSA com vencimentos maiores que 90 dias. Também corta o pagamento de dividendos ou participação de lucros a empresas controladas direta ou indiretamente pelo regime venezuelano.
Em comunicado, a Casa Branca afirma que as sanções foram desenhadas para não "prejudicar drasticamente" a economia americana e não aprofundar a crise humanitária no país caribenho.
"Estas medidas estão cuidadosamente calibradas para negar à ditadura de Maduro uma fonte crítica de financiamento para manter seu governo ilegítimo, proteger o sistema financeiro dos EUA da cumplicidade na corrupção da Venezuela e no empobrecimento do povo venezuelano e permitir a assistência humanitária", diz a nota.
O principal ativo do chavismo a ser atingido é a Citgo, petroleira controlada pela PDVSA e sediada nos EUA. Além de não poder pedir empréstimos a bancos americanos, a companhia também está impedida de enviar seus dividendos à Venezuela.
As principais exceções à regra serão o financiamento de produtos humanitários, transações envolvendo a Citgo nos EUA, e a compra e a venda de certos títulos da dívida venezuelana já existentes.
Se interrompesse totalmente a compra do petróleo venezuelano, que perfaz 10% do total importado e consumido pelos EUA, o preço da gasolina dispararia até se encontrar uma alternativa.
O corte também agravaria a crise humanitária da Venezuela, pressionando os países latino-americanos vizinhos, como a Colômbia e o Brasil, e poderia levar à radicalização do regime.
SANÇÕES INDIVIDUAIS
Antes de atingir a economia venezuelana, o governo Trump já havia punido Maduro e outras 30 pessoas ligadas a seu regime pela violência nos protestos da oposição, pela convocação da Assembleia Constituinte e pela corrupção na PDVSA e nos órgãos de comércio exterior.
Dentre eles, estão dez constituintes, oito juízes do Tribunal Supremo de Justiça, as quatro reitoras chavistas do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e o procurador-geral designado pela Constituinte, Tarek William Saab, além de chefes militares e policiais.
A exceção é o vice-presidente, Tareck El Aissami, acusado de tráfico de drogas. As sanções são anunciadas na véspera de um exercício militar venezuelano com mais de 900 mil pessoas, entre militares, policiais e civis.
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