VERA CRUZ, BA (FOLHAPRESS) - "Cadê Davi? cadê Davi?", repetia a irmã, de 4 anos, do bebê de seis meses Davi Gabriel Monteiro, morto no naufrágio da lancha que deixou 18 vítimas na baía de Todos-os-Santos. O corpo do garoto foi sepultado às 11h40 desta sexta-feira (25), em Vera Cruz, sob forte comoção da família.
Davi Gabriel, sua mãe e sua irmã iriam para Salvador na lancha para um consulta no pediatra. O garoto chegou a ser socorrido por uma equipe do Samu, que tentou reanimá-lo por cerca duas horas. A mãe e a irmã sobreviveram.
A família mora em uma comunidade pobre de Mar Grande, em Vera Cruz. O pai, Renivaldo Coutinho, é ajudante de pedreiro. A mãe, Ana Paula Monteiro, cuida da casa e dos filhos. Abalados, eles precisaram ser amparados durante o cortejo até o cemitério.
Durante o sepultamento, a irmã perguntava por Davi. "Ele está bonzinho. Pede a papai do céu por ele todo dia de noite que vai ficar tudo bem", consolou um parente.
A morte do menino comoveu a comunidade de Vera Cruz. O comércio fechou as portas para a passagem do cortejo com um pequeno caixão branco. Cartazes com mensagens de luto foram espalhados pelo caminho e funcionários das lojas choravam.
Durante parte da manhã, o tio do garoto, Ednei dos Santos Santana, 36, ajudou nos resgates sem saber que irmã e sobrinhos estavam no barco.
Ao retornar para a praia, foi avisado. "Fiquei louco e voltei para o mar para procurá-los. Logo soube que tinham sido levados para Salvador, mas o mais novo não tinha resistido", diz.
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