SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Duas mulheres foram mortas de forma violenta na tarde desta segunda-feira (21) em São Paulo. Os companheiros das vítimas, segundo a polícia, são suspeitos de terem praticado os crimes e estão presos.
Um desses casos ocorreu na região do Jardim Ângela, na zona sul da capital paulista. Por volta das 16h, segundo a polícia, Jailson Ferreira de Souza estrangulou a namorada Siria Silva Souza, após uma discussão na rua. O pai do suspeito ligou para uma base da GCM (Guarda Civil Metropolitana) e relatou a ocorrência. Uma equipe do Samu (Serviço Médico de Urgência) foi acionada, mas constatou a morte de Siria ainda no local.
O homem levou o filho a uma base da Polícia Militar na região, mas ele fugiu em seguida. Horas depois, porém, Jailson se apresentou na delegacia.
Mais cedo, o policial militar Mauricio de Oliveira Gama, 47, matou a ex-mulher Celina Moura Mascarenha Gama. Ela foi baleada na cabeça na avenida do Estado, no bairro do Bom Retiro, no centro da capital, por volta das 14h. Os bombeiros foram acionados para socorrer Celina, mas ela morreu no local. Após o crime, o PM se entregou e foi levado para o presídio Romão Gomes, exclusivo para policiais, na zona norte. O caso será acompanhado pela Corregedoria da PM.
Com esses dois casos, São Paulo acumula três crimes de violência contra a mulher em dois dias. No domingo (20), o delegado Cristian Lanfredi, 42, que trabalhava na Assembleia Legislativa de São Paulo, matou a tiros a juiza Cláudia Zerati, da 2ª Vara do Trabalho de Franco da Rocha, e depois se suicidou no apartamento do casal, na zona oeste.
VIOLÊNCIA
Ao menos 29% das mulheres no país afirmaram ter sofrido violência doméstica física, verbal ou psicológica em 2016, de acordo com pesquisa realizada este ano pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O estudo projetou que 503 mulheres foram vítimas de agressões físicas a cada hora no Brasil e que dois a cada três brasileiros (66%) presenciaram uma mulher sendo agredida física ou verbalmente no mesmo período.
A pesquisa mostrou que mais mulheres pretas (32%) e pardas (31%) relataram violência nos últimos 12 meses do que as brancas (25%).
Outro crime contra a mulher que vem crescendo no país é o estupro coletivo. Reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que em cinco anos, mais do que dobrou o número de registros do crime feitos por hospitais que atenderam as vítimas.
Dados inéditos do Ministério da Saúde obtidos pela reportagem apontaram que as notificações pularam de 1.570 em 2011 para 3.526, em 2016. São em média dez casos de estupro coletivo por dia. Os números são os primeiros a captar a evolução desse tipo de violência sexual no país. Na polícia, os registros do crime praticado por mais de um agressor não são contabilizados em separado dos demais casos de estupro.
Desde 2011, dados sobre violência sexual se tornaram de notificação obrigatória pelos serviços públicos e privados de saúde e são agrupados em um sistema de informações do ministério, o Sinan. Acre, Tocantins e Distrito Federal lideram as taxas de estupro coletivo por cem mil habitantes com 4,41, 4,31 e 4,23, respectivamente. Esse tipo de crime representa hoje 15% dos casos de estupro atendidos pelos hospitais total de 22.804 em 2016.
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