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Sem dar números, Trump anuncia nova estratégia para o Afeganistão

ISABEL FLECK WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O presidente dos EUA, Donald Trump, surpreendeu, em discurso na noite desta segunda (21), ao anunciar uma nova estratégia para o Afeganistão sem especificar quantos militares enviará ao país agora ou prazos para

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Publicado em 22.08.2017, 00:00:04 Editado em 22.08.2017, 00:00:04
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WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - O presidente dos EUA, Donald Trump, surpreendeu, em discurso na noite desta segunda (21), ao anunciar uma nova estratégia para o Afeganistão sem especificar quantos militares enviará ao país agora ou prazos para a futura retirada das tropas.

Segundo ele, não falar sobre números de contingente ou datas é parte da sua nova diretriz para a mais longa guerra dos Estados Unidos, que já dura 16 anos.

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"Um pilar fundamental da nossa nova estratégia é a mudança de uma abordagem com base no tempo para uma com base nas condições [em campo]", disse o presidente.

"Já disse muitas vezes o quão contraproducente é para os EUA anunciar antecipadamente quando pretendemos começar ou terminar operações militares. Não vamos falar sobre números de soldados ou sobre nossos planos para as próximas atividades militares", completou.

O envio de mais soldados é uma demanda do Pentágono desde o início do seu governo, diante da deterioração da situação de segurança, com as tropas afegãs não conseguindo conter o avanço taleban e de facções ligadas ao EI.

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Além das alegadas questões de segurança, no entanto, não estabelecer uma data para a retirada é também uma tática de autoproteção de Trump para o caso de possíveis mudanças de planos -como ocorreu por várias vezes com Barack Obama, que chegou a prever uma retirada total até 2016.

Hoje, há 8.400 militares americanos no Afeganistão, sendo que 6.941 fazem parte das forças da Otan (aliança militar ocidental), e o restante, de missões de contraterrorismo.

Em 2013, Trump era crítico ferrenho da presença americana do Afeganistão e defendia uma "retirada acelerada". "Por que continuamos gastando nosso dinheiro? Vamos reconstruir os EUA!", escreveu Trump em janeiro de 2013.

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No discurso, realizado no forte ao lado do cemitério militar de Arlington, onde estão enterrados veteranos de guerra, o presidente reconheceu ter mudado de ideia sobre a retirada.

"Meu instinto original foi sair [do Afeganistão] e, historicamente, gosto de seguir os meus instintos. Mas durante toda a minha vida eu escutei que as decisões são muito diferentes quando você está sentado atrás da mesa no Salão Oval", disse.

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Agora, Trump diz considerar que "uma retirada apressada criaria um vácuo que terroristas -incluindo o Estado Islâmico [EI] e a Al-Qaeda- ocupariam instantaneamente, como ocorreu antes do 11 de Setembro". O presidente, que até hoje culpa a decisão de Obama de sair do Iraque pela ascensão do Estado Islâmico, afirmou que os EUA "não podem repetir no Afeganistão o erro que foi cometido no Iraque".

'MICROGERENCIAMENTO'

Outra mudança anunciada por Trump é uma maior autonomia para as Forças Armadas americanas para "mirar as redes terroristas e criminosas que semeiam a violência e o caos em todo o Afeganistão".

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"O microgerenciamento de Washington não vence batalhas. Elas são conquistadas em campo com base no julgamento e na experiência dos comandantes da guerra e dos soldados da linha de frente que atuam em tempo real e com uma clara missão para derrotar o inimigo", disse o presidente.

Para "ajudar" na sua nova estratégia, Trump mandou recados ao Afeganistão, ao Paquistão, à Índia e aos seus aliados na Otan.

Ao governo afegão, disse que o apoio americano não é um "cheque em branco". "Os EUA vão trabalhar com o governo afegão até que vejamos determinação e progresso. Nosso compromisso não é ilimitado e nossa ajuda não é um cheque em branco. O povo americano quer ver reformas e resultados reais", afirmou, destacando que os EUA não estarão lá para "construir uma nação", mas para matar terroristas.

PAQUISTÃO

Trump anunciou que um dos importantes pilares da nova estratégia para o Afeganistão é mudar a política americana em relação ao Paquistão. Segundo ele, é hora de o país mostrar que seu "compromisso com a civilização".

"Não podemos mais nos calar sobre os locais seguros que o Paquistão garante para as organizações terroristas, os talebans e outros grupos que representam uma ameaça para a região e além dela", disse. "O Paquistão tem muito a ganhar com a parceria com o nosso esforço no Afeganistão. E tem muito a perder se continuar abrigando criminosos e terroristas."

O presidente também instou a Índia, "a maior democracia do mundo", a se juntar aos esforços contra o terrorismo na região, e os países da Otan, a aumentarem sua contribuição financeira e militar no país. Os EUA representam hoje 51% do efetivo da aliança no Afeganistão.

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