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'Não somos poucos', dizem ativistas do parque Augusta para rebater empresa

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ativistas do Movimento Parque Augusta divulgaram nota em repúdio às declarações de Antonio Setin, dono da construtora Setin, em entrevista publicada sexta-feira (11) na Folha de S.Paulo. O movimento criticou as declarações do

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.08.2017, 16:00:04 Editado em 12.08.2017, 16:00:04
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ativistas do Movimento Parque Augusta divulgaram nota em repúdio às declarações de Antonio Setin, dono da construtora Setin, em entrevista publicada sexta-feira (11) na Folha de S.Paulo.

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O movimento criticou as declarações do empresário, que chamou os ativistas de "meia dúzia de meninos sustentados pelo papai".

"Não somos poucos, muito menos meia dúzia, e cada um entende que os objetivos em comum devem ser muito bem articulados para afastar do parque Augusta a máquina oportunista dos especuladores mobiliários", afirmam.

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Segundo o movimento, a obstinação dos ativistas foi fundamental para impedir o avanço do mercado imobiliário sobre a última área verde da região central de São Paulo.

Eles defendem que a construtora aceite o acordo proposto pelo prefeito João Doria (PSDB) de ceder o terreno do parque em troca de uma área pública na zona oeste, em frente à marginal Pinheiros.

Os ativistas questionam também as declarações de Setin quanto à diferença entre os valores pagos e os declarados em registro do cartório imobiliário, acusando a construtora de "maquiagem financeira beirando a sonegação fiscal".

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Na entrevista, Setin afirmou que, por se tratar de uma aquisição em permuta, a escritura "não reflete o valor total de imediato, porque a contabilidade vai ser finalizada com a entrega das unidades prontas ao permutante". O valor de referência utilizado pela prefeitura está em cerca de R$ 120 milhões.

O grupo convocou uma intervenção para o próximo sábado (19), nas esquinas da Rua Augusta e Marquês de Paranaguá, com o nome "Meia dúzia contra privatização".

O acordo entre as construtoras Setin e Cyrela, donas do terreno, e a prefeitura para viabilizar a implantação do parque Augusta prevê uma troca de terrenos disputados pelo setor imobiliário e contrapartidas que somam R$ 30 milhões das empresas para a construção de equipamentos públicos.

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Pelo acerto em vias de conclusão, as construtoras devem trocar a área de 24 mil m² do parque Augusta, avaliada em cerca de R$ 120 milhões, por outra onde funciona a prefeitura regional de Pinheiros, de frente para a marginal Pinheiros.

O acerto encontra-se na reta final, mas os cálculos finais ainda passarão por técnicos do Ministério Público. O projeto também precisará de aval da Câmara Municipal.

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A HISTÓRIA DO TERRENO

1902 - Palacete Uchoa é construído onde hoje é o terreno do parque

1907 a 1969 - Tradicional colégio feminino Des Oiseaux funciona no local

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1970 - Prefeitura decreta utilidade pública do espaço para fazer um jardim

1973 - Decreto é revertido pelos proprietários, que anunciam a construção de um hotel

1974 - Palacete é demolido sem autorização; sobra apenas uma casa, hoje tombada

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1977 - Construtora Teijin compra o terreno para fazer um complexo hoteleiro, mas projeto naufraga

Anos 80 - Uma lona circense no local abriga o Projeto SP, com shows e atividades

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1989 - Decreto de Jânio Quadros obriga a manutenção da área aberta

1996 - O ex-banqueiro do BCN Armando Conde adquire o terreno da Teijin

2004 - Bosque que existe no local é tombado

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2006 - Conde anuncia hipermercado, e embate com moradores começa. Ele desiste e decide construir 3 torres comerciais, mas projeto também é rejeitado

2008 - Prefeito Kassab (PSD) decreta utilidade pública do local novamente

2011 - Câmara aprova em 1ª votação criação de parque

2012 - Empresas Setin e Cyrela apresentam seu projeto para a área, com construção de torres

2013 - Decreto de utilidade pública caduca, Cyrela e Setin formalizam compra do terreno, e portões são fechados ao público. Haddad (PT) sanciona lei autorizando a criação do parque

2014 - Em janeiro, Secretaria do Verde e do Meio Ambiente afirma que não tem verba para bancar a construção

2015 - Cerca de 300 ativistas ocupam o terreno por dois meses, enquanto conselho municipal aprova projeto de construtoras para empreendimento. Em abril, Justiça concede liminar para abertura do portão

Abr.2016 - Ação do Ministério Público contra construtoras pede devolução da área e indenização por danos morais coletivos

Out.2016 - Durante a campanha eleitoral, Doria diz ao "Estado de S. Paulo" que parque não sairia do papel: "A prefeitura não vai gastar dinheiro público nisso"

Abr.2017 - Doria anuncia que vai oferecer terrenos públicos às empreiteiras em troca da área do parque

4.ago.2017 - Prefeitura e construtoras anunciam acordo

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