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Menino morre após ser picado por escorpião no interior de São Paulo

LUÍS FREITAS CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) - Um menino de 2 anos morreu na madrugada desta sexta (11) após ser picado por um escorpião em Americana (a 130 quilômetros de São Paulo). A família reclama da falta de UTIs pediátricas na cidade, o que atrasou a apl

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 11.08.2017, 21:00:09 Editado em 11.08.2017, 21:00:09
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LUÍS FREITAS

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CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) - Um menino de 2 anos morreu na madrugada desta sexta (11) após ser picado por um escorpião em Americana (a 130 quilômetros de São Paulo). A família reclama da falta de UTIs pediátricas na cidade, o que atrasou a aplicação do soro antiescorpiônico.

Cauã Ferrari Santos foi picado por volta das 19h40 de quinta na casa de um tio, no Jardim Boer, em Americana. A família levou o menino para o Hospital da Unimed na cidade, mas foi informada de que a aplicação do soro não poderia ser realizada no local, que não conta com UTI pediátrica.

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A unidade solicitou duas ampolas do soro para o Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi, referência na cidade para atendimento de acidentes com animais peçonhentos -o hospital também não possui UTI de pediatria.

Após a chegada do soro, Cauã foi transferido, pela Central de Regulação, para a UTI do Hospital Samaritano, em Campinas (a cerca de 40 quilômetros). Ele deu entrada no hospital à 0h45, e, segundo relatório de atendimento, recebeu as duas ampolas logo em seguida, além de adrenalina, para evitar um choque anafilático.

Como a situação geral de Cauã não evoluiu, às 3h o hospital procurou o CCI (Centro de Controle de Intoxicações), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), que orientou a administração de mais duas ampolas, enviadas pelo órgão ao Samaritano.

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As novas doses foram aplicadas às 4h20, mas o quadro de Cauã continuou piorando. O óbito foi declarado às 6h35.

Além da ausência de UTIs pediátricas em Americana (cidade com 215 mil habitantes), a família questiona a demora na aplicação do soro -cerca de quatro horas entre a entrada no Hospital da Unimed e a transferência para Campinas.

Em nota, a Prefeitura de Americana diz que o Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes por Animais Peçonhentos, do Ministério da Saúde, "não descreve ser imprescindível a administração do soro sob retaguarda de UTI, e que as doses poderiam ter sido administradas no hospital municipal Dr. Waldemar Tebaldi".

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O pediatra Fábio Bucaretchi, do HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp, no entanto, diz que a administração do soro antiescorpiônico nesses casos deve ser feita da forma mais rápida possível, e que há protocolos que determinam que a aplicação seja feita em UTI. "Mesmo o atendimento sendo rápido, não há garantia de eficácia no tratamento. Isso depende muito da quantidade de veneno inoculada e das condições do paciente", diz o médico.

O tio da criança afirmou que matou seis escorpiões na casa onde Cauã foi atacado nos últimos dois meses. Até a noite desta sexta, o corpo do menino ainda estava no IML (Instituto Médico Legal) de Campinas. Não havia informações sobre seu velório ou enterro.

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OUTRO LADO

O Hospital da Unimed de Americana disse que prestou a assistência adequada, "incluindo atendimento pelo médico plantonista e fazendo um ultrassom". Segundo o hospital, Cauã estava estabilizado monitorado quando foi transferido.

O Hospital Samaritano disse que não comentará o caso.

A Secretaria de Saúde de Americana disse que o Hospital Municipal Dr. Waldemar Tebaldi é o local de referência no município para acidentes com animais peçonhentos, "tanto que após solicitação do Hospital Unimed, duas ampolas do soro foram disponibilizadas de imediato àquela unidade hospitalar, para ser administrado na referida criança."

Sobre a ausência de leitos de UTI pediátrica na cidade, a assessoria de imprensa da prefeitura informou que o governo municipal "não tem condições financeiras para implantar esse serviço no momento, cuja manutenção é muito cara e a demanda, pequena."

Sobre a necessidade do atendimento em casos como este serem realizados na UTI, a assessoria afirmou que "é evidente que ter o suporte de UTI para casos como esse torna o atendimento mais seguro, principalmente se o quadro clínico do paciente venha se agravar", mas que a falta de leitos "não deve obstar jamais as condutas pertinentes ao socorro imediato"

A prefeitura diz ainda que lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com a dor dos pais e familiares.

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