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Em SP, clérigo do Irã defende ditador sírio e diz que EUA patrocinam terror

GUILHERME MAGALHÃES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em uma fala com forte retórica antiamericana, o aiatolá do Irã Mohsen Araki defendeu o regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, em um evento sobre terrorismo realizado neste sábado (29) em São Paulo. Para

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Escrito por Da Redação
Publicado em 29.07.2017, 20:15:08 Editado em 29.07.2017, 20:15:08
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GUILHERME MAGALHÃES

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em uma fala com forte retórica antiamericana, o aiatolá do Irã Mohsen Araki defendeu o regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, em um evento sobre terrorismo realizado neste sábado (29) em São Paulo.

Para o clérigo, "o governo está protegendo o povo sírio". "Divergimos em alguns pontos, mas sabemos que o povo sírio precisa de um governo que os proteja. Antes eles viviam em paz", disse Araki, se referindo ao período anterior à guerra civil iniciada em 2011 e que opõe as forças de Assad (apoiadas por Rússia e Irã) a rebeldes opositores, que têm nos EUA um forte aliado. Ainda em meio a essa disputa há organizações terroristas, como o Estado Islâmico, que resiste em partes da Síria. Segundo Araki, "todos sabem que os americanos patrocinam os grupos terroristas". "Eles tomam nosso dinheiro, implantam desavenças na região e dão armas. Existe um agressor pior do que esse?"

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Assad governa a Síria desde 2000. Ele sucedeu o pai, o ditador Hafez al-Assad, que liderou os sírios por três décadas.

Araki participou do encontro "Os muçulmanos e o enfrentamento ao terrorismo e ao radicalismo", organizado pelo Centro Islâmico no Brasil em um hotel na zona norte de São Paulo. A visita do clérigo ao Brasil despertou críticas de líderes religiosos, que o acusam de discurso de ódio contra Israel.

Em entrevista à Folha de S.Paulo na sexta-feira (28), Araki afirmou ter sido mal interpretado e que o ambiente de ódio foi criado por aqueles que o criticaram.

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Em sua palestra, o aiatolá, que é do ramo xiita do islã, criticou as monarquias sunitas do golfo Pérsico, lideradas pela Arábia Saudita, uma das principais aliadas dos EUA na região. "Os dirigentes do Golfo viram a paz na Síria, tiveram inveja e a tiraram deles."

Nascido no Iraque, Araki é hoje um dos 88 membros da Assembleia dos Especialistas do Irã, instância responsável por indicar o líder supremo iraniano -cargo ocupado desde 1989 pelo aiatolá Ali Khamenei.

O clérigo afirmou que "o americano implantou a discórdia no Iraque". "Um irmão iraquiano me disse uma vez que ninguém lidava com os termos sunita ou xiita. O Iraque era um povo só."

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CRÍTICAS A ISRAEL

Araki classificou como "terrorismo" as restrições impostas na última semana por Israel à entrada de muçulmanos na Esplanada das Mesquitas, na Cidade Velha de Jerusalém.

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No dia 14, um atentado deixou dois policiais israelenses mortos em uma das entradas da Cidade Velha. Em resposta, o governo de Israel instalou detectores de metal na Esplanada, mas depois os retirou após uma onda de protestos de palestinos. No entanto, está em vigor um veto à entrada de muçulmanos com menos de 50 anos.

"Por que os muçulmanos não podem entrar em suas mesquitas? Isso não é terrorismo? Centenas de palestinos foram feridos porque queriam entrar nas mesquitas e fazer suas orações."

O aiatolá encerrou sua fala pedindo a condenação do terrorismo, "aquele que atingiu a França, a Bélgica, deve ser banido esse terrorismo que atinge o mundo inteiro", em referência aos atentados que deixaram quase 200 mortos na Europa nos últimos dois anos.

Também falaram no evento o embaixador iraniano no Brasil, Seyed Ali Saghaeyan, e o vereador de São Paulo Eduardo Suplicy (PT), entre outros.

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