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'Maduro coloca corda no próprio pescoço' com Constituinte, diz Capriles

SYLVIA COLOMBO, ENVIADA ESPECIAL CARACAS, VENEZUELA (FOLHAPRESS) - "Maduro está colocando uma corda no pescoço com essa Constituinte, disse à Folha de S.Paulo o líder opositor Henrique Capriles, 45, em entrevista realizada neste sábado (29) no estúdio ond

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 29.07.2017, 19:45:09 Editado em 29.07.2017, 19:45:09
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SYLVIA COLOMBO, ENVIADA ESPECIAL

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CARACAS, VENEZUELA (FOLHAPRESS) - "Maduro está colocando uma corda no pescoço com essa Constituinte, disse à Folha de S.Paulo o líder opositor Henrique Capriles, 45, em entrevista realizada neste sábado (29) no estúdio onde ele grava seu programa de internet, em Caracas.

"É sua última cartada política, equivocada e desesperada, e que vai acelerar um processo político que significará o fim do chavismo", disse. Para Capriles, que concorreu contra Maduro em 2013, o presidente venezuelano poderia "ter lavado um pouco a sua cara", se desistisse da Constituinte. "Então, conseguiria apresentar-se como um líder que tem alguma preocupação com a democracia. Agora, é inevitável que o mundo o veja como um ditador."

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Apesar de sempre ter sido um opositor do chavismo, Capriles considera que Hugo Chávez (1954-2013) não teria deixado a crise econômica e política atingir o país tão fortemente. "Não que ele fizesse um movimento para deixar o poder, mas saberia dar a volta nesse problema, jogar com os atores internacionais, negociar com a oposição. Ele tinha mais habilidade política."

Segundo o líder opositor, outro erro de Maduro é crer que o isolamento do resto da América Latina pode não trazer más consequências ao país. "Por que não dialogar com o Mercosul? Por que achar que ter a Colômbia, o México, os EUA em desacordo com o que fazemos pode fazer bem à nossa economia? Isso é uma loucura."

Para entrar no "bunker" político de Capriles, é preciso passar por dois seguranças que custodiam uma porta de ferro sempre fechada, de um edifício que já foi alvo de ataques e chegou a ser parcialmente incendiado.

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O governador de Miranda, porém, chega caminhando pela rua, que nesta tarde está toda bloqueada por barricadas e com intensa movimentação de manifestantes e da Guarda Nacional Bolivariana. Sorridente, se diz otimista com o futuro da Venezuela. "Não é que eu esteja comemorando esse erro político de Maduro, que vai ter um custo social e econômico grande para a Venezuela. Os EUA podem deixar de comprar nosso petróleo, isso vai nos empobrecer, e pode aumentar ainda mais o desabastecimento e a violência dos enfrentamentos. Mas, a partir de agora, começa um processo de deterioração ainda maior de sua base de apoio. E, quando se ofereça novamente a oportunidade de uma negociação, Maduro vai estar mais frágil."

Capriles considera que a tentativa de negociação tendo como mediador o ex-premiê espanhol José Luis Zapatero era uma farsa e comemora não ter ido para a frente. Crê que daria uma sobrevida ao governo e calaria a oposição com "uma espécie de carta de boas intenções, que não seria cumprida depois."

CRÍTICAS AO BRASIL

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"O Brasil poderia ter ajudado mais a Venezuela. Lula e Dilma acharam que conversar com a Venezuela era dialogar apenas com o chavismo", disse. "E eu fui defensor do Lula, não eramos contra o que o PT estava fazendo em seu governo. Mas eles só quiseram relacionar-se com os venezuelanos por meio do chavismo".

Capriles também julga que houve omissão por parte da maioria dos líderes latino-americanos, que poderiam ter alertado Maduro da seriedade da situação. "Lula e Dilma, se eram tão nossos amigos, por que não o aconselharam? Evo Morales tampouco. O único que se manifestou com um alerta contundente foi Rafael Correa, porque é um líder muito mais preparado e nunca deixou que o 'socialismo do século 21' levasse o Equador para o caminho que tomou a Venezuela", afirmou.

Impedido politicamente de participar de eleições nos próximos 15 anos, Capriles diz não pensar em seu futuro político particular. "Penso apenas em como vamos enfrentar esse trecho difícil que nos toca, que é a agonia do chavismo e o agravamento da crise, mas, como disse antes, creio que a Constituinte acelera o processo do fim do governo Maduro."

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