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Romance de Etel Frota explora episódio de guerra no litoral do Paraná

ESTELITA HASS CARAZZAI CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - O romance de estreia da escritora paranaense Etel Frota, a ser lançado neste sábado (29) na Flip, tem como pano de fundo um acontecimento real e pouco conhecido da história brasileira. É embalado, porém,

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 29.07.2017, 11:30:08 Editado em 29.07.2017, 11:30:08
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ESTELITA HASS CARAZZAI

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CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) - O romance de estreia da escritora paranaense Etel Frota, a ser lançado neste sábado (29) na Flip, tem como pano de fundo um acontecimento real e pouco conhecido da história brasileira. É embalado, porém, pela imaginação da autora, que diz ter "perseguido" a história por quase 15 anos.

"Foi uma possessão", disse à Folha de S.Paulo a autora de 65 anos, que já foi médica, bancária, letrista, participou da primeira turma de Jornalismo Sênior da Folha de S.Paulo, da qual é colaboradora, e faz, agora, sua primeira incursão na ficção.

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Provocada por uma pequena placa na fortaleza da Ilha do Mel, no litoral do Paraná, ela mergulhou em uma pesquisa "obsessiva" sobre o ataque ao navio inglês Cormoran, em 1850, na baía de Paranaguá. O cruzador havia rebocado três navios brasileiros, suspeitos de tráfico negreiro, quando foi bombardeado pela fortaleza, numa batalha celebrada como patriótica pelos moradores locais.

O "herói provisório", que dá nome ao livro, é o capitão Joaquim Ferreira Barboza, comandante do forte. Relutante ao ataque, ele acabou cedendo à pressão popular, movida por interesses políticos e econômicos. Celebrado como herói, acabou julgado por um conselho de guerra, depois da repercussão diplomática do incidente. Morreu, segundo a pesquisa da autora, pobre, doente e anônimo.

"Ele foi um herói quando precisavam de um, e um bode expiatório quando assim conveio", comenta Frota. "Como, aliás, acontece até hoje. É uma história muito brasileira."

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A pesquisa começou despretensiosa, conta a escritora, mas o romance ganhou corpo conforme os personagens foram sendo construídos, baseados nos recortes e remontagens de documentos históricos.

A ficção se tornou um caminho sem volta: ao capitão Joaquim, se uniram personagens inventados, como o frei Tristão, a escrava Ignácia e a antagonista senhora Eulália. Eles dão contexto ao romance, que retrata um Brasil imperial e escravocrata, turvando os limites entre a historiografia oficial e a invenção.

O dilema de se apoderar do nome e da biografia de um personagem histórico, ainda que com a licença da invencionice literária, deu à escritora "crises de consciência". A ausência de informações sobre a vida do capitão nascido em 1783 acabou abrindo caminho à ficção. "Ele teve uma vida histórica irrecuperável, como irrecuperáveis seremos todos nós", afirma.

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Ao encontrar, depois do ponto final do livro, alguns dos descendentes do capitão de Cunha (SP), que pouco sabiam de seu antepassado, ela parece ter encontrado uma resposta –ou, ao menos, um subterfúgio para sua consciência, como ela mesma brinca. "Tardia e canhestramente, ele foi apresentado aos seus descendentes. Que a memória dele possa me absolver."

O HERÓI PROVISÓRIO

AUTORA Etel Frota

EDITORA Travessa dos Editores

QUANTO R$ 50 (págs. 285)

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