SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Suprema Corte do Reino Unido decidiu nesta segunda-feira (10) reabrir o caso do bebê Charlie Gard, portador de doença terminal, que gerou comoção internacional após a Justiça autorizar, à revelia dos pais, o desligamento das máquinas que o mantêm vivo.
Após uma audiência com os pais do bebê, o juiz Nicholas Francis permitiu que novas evidências sejam apresentadas até quarta-feira (12) e marcou uma nova audiência para quinta.
Charlie, de 11 meses, tem uma condição genética rara ligada ao esgotamento do DNA mitocondrial e um consequente dano que atinge seu cérebro e seus músculos, tornando-o incapaz de mover braços e pernas, de comer e mesmo de respirar por conta própria.
O Grande Hospital Infantil de Ormond Street, onde Charlie está internado em Londres, havia ganhado autorização da Justiça para desligar as máquinas que o mantêm vivo após os médicos concluírem que prolongar a vida do bebê somente provocaria mais sofrimento.
A sentença foi confirmada pela Corte de Apelações, a Suprema Corte britânica e a Corte Europeia de Direitos Humanos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o Vaticano ofereceram aos pais da criança tratamentos experimentais fora do Reino Unido.
Ante a comoção internacional, o hospital adiou o desligamento das máquinas e pediu na sexta-feira (30) à Suprema Corte a reabertura do caso "para avaliar novas evidências a respeito de um possível tratamento".
"Espero que eles possam ver que há mais chances [de salvamento] do que se pensava anteriormente e que eles confiem em nós enquanto pais e confiem nos outros médicos", disse Connie Yates, mãe do bebê, ao canal "Sky News" nesta segunda.
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