SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os laboratórios farmacêuticas alegam que a interrupção de certos remédios no país ocorre muitas vezes mais por defasagem de preços provocada pela política governamental do que por motivo comercial.
"Muitas vezes, as empresas querem fabricar determinados medicamentos, inclusive essenciais, mas o preço autorizado pelo governo não cobre os custos de produção", diz Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindusfarma (sindicato paulista da indústria de produtos farmacêuticos).
Nessas circunstâncias, segundo ele, é do governo, e não da indústria, a responsabilidade pelo fato de um produto ficar indisponível para o paciente.
"No Brasil, é o governo que dá a palavra final sobre a oferta de medicamentos no mercado, ao determinar o preço dos produtos, permitindo apenas um reajuste anual, também definido pelo governo."
Em nota, a Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) lembra que, após o término da patente de um medicamento, surgem indústrias que passam a fabricar novas versões do medicamento. "Portanto, quando uma indústria decide descontinuá-lo, não significa necessariamente que haverá desabastecimento, pois existem versões similares e genéricas."
A nota diz ainda que a própria decisão pela descontinuidade do medicamento não significa que a indústria deixará de produzir terapias contra a mesma doença. "É comum haver medicamentos substituídos por novas moléculas, capazes de tratar com mais eficácia e segurança as mesmas enfermidades."
Segundo a Interfarma, em menor número, existem os casos em que medicamentos únicos, sem versões genéricas, são descontinuados. "Isso geralmente acontece porque o custo dos insumos aumentou demais ou a própria fabricante do insumo, fornecedora da indústria farmacêutica, descontinuou a sua linha de produção, impactando a viabilidade do produto final."
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