SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Morreu nesta sexta-feira (30) aos 89 anos Simone Veil, sobrevivente do Holocausto e ex-ministra da Saúde da França, responsável pela legalização do aborto no país na década de 1970.
Veil, uma das figuras públicas mais respeitadas da França, sobreviveu ao campo de extermínio de Auschwitz, para onde foi deportada aos 16 anos. Ela encarnava, para os franceses, a memória do Holocausto.
No campo de concentração nazista perdeu o pai, a mãe e o irmão. A tragédia pessoal fez dela uma grande apoiadora da União Europeia.
Simone Veil entrou na política em 1974, como ministra da Saúde do governo de Valéry Giscard d'Estaing. No mesmo ano, ela conquistou a aprovação da lei que descriminalizou a interrupção da gravidez no país e que leva seu nome.
Em 1979, Veil tornou-se a primeira presidente do Parlamento Europeu eleita diretamente, cargo que ocupou até 1982. Ela também integrou o Conselho Constitucional da França, órgão "guardião" da Carta Magna do país, de 1998 a 2007.
De 1993 a 1995, foi ministra de Estado, dos Assuntos Sociais, da Saúde e da Cidade, no governo de direita de Edouard Balladur, sob a presidência de François Mitterrand.
Veil estava com a saúde fragilizada havia vários anos. Em meados de 2016, foi internada por problemas respiratórios.
"Que seu exemplo possa inspirar nossos compatriotas, que encontrarão nele o melhor exemplo da França", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, manifestando seus pêsames à família.
Em nota, o ex-presidente François Hollande também homenageou uma mulher que "encarnou a dignidade, o valor e a integridade".
"Ela viveu na pele as tragédias da Europa e soube, por meio de seu engajamento político, contribuir para a construção de uma paz durável na Europa", disse, por sua vez, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
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