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Em ato realizado em estádio, Cristina Kirchner anuncia reentrada na política

SÓ PODE SER REPRODUZIDA COM ASSINATURA SYLVIA COLOMBO BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - Em ato realizado na tarde desta quarta-feira (20) num estádio em Avellaneda, na Província de Buenos Aires, a ex-presidente Cristina Kirchner, 64, anunciou sua ree

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 20.06.2017, 17:15:04 Editado em 20.06.2017, 17:15:11
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SYLVIA COLOMBO

BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - Em ato realizado na tarde desta quarta-feira (20) num estádio em Avellaneda, na Província de Buenos Aires, a ex-presidente Cristina Kirchner, 64, anunciou sua reentrada oficial na política argentina, lançando uma nova aliança partidária, a Unidade Cidadã.

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A nova força deixará de fora o Partido Justicialista, o partido oficial do peronismo, e reunirá outros agrupamentos e movimentos sociais também peronistas.

Num palco rebaixado, no centro do gramado, Cristina fez um discurso por cerca de uma hora, em que pediu que não se vaiasse o atual presidente, Mauricio Macri, mas fez duras críticas aos ajustes que seu governo vem implementando desde a eleição, em dezembro de 2015.

Com capacidade para 30 mil pessoas, o estádio estava quase lotado, apesar da temperatura de 9ºC. Do lado de fora, dois telões foram instalados para quem não pôde entrar.

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"O aumento das tarifas de gás e eletricidade são um delírio. É preciso frear os abusos deste governo", disse a ex-presidente, referindo-se aos cortes nos subsídios que existiam durante sua gestão [2007-2015] e que fez com que os preços de ambos aumentassem em até 700%.

"A inflação [de 40%] agora atinge a todos, independente de suas crenças políticas, e os mais pobres não estão protegidos. Os argentinos tiveram sua vida desorganizada e já não conseguem mais chegar ao fim do mês."

Ao longo do discurso, Cristina foi chamando ao palco pessoas que se declararam afetadas por políticas de ajuste do governo Macri.

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Estudantes que perderam bolsas na faculdade, por conta de um recorte nos gastos com educação, famílias que tiveram de abrir mão de comprar roupas e certos alimentos por conta do aumento do preço dos remédios de seus idosos e filhos de desaparecidos, reclamando das propostas de redução de penas a militares envolvidos na repressão durante a ditadura militar (1976-1983).

Cristina também chamou uma família de imigrantes bolivianos, para criticar as restrições à imigração de projeto de lei do atual governo e o racismo de parte de seus eleitores.

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"Àqueles que franzem o nariz diante dos compatriotas da Pátria Grande (como se refere à América Latina), vamos mostrar o quanto aportam à nossa sociedade", disse, apresentando um estudante boliviano da Universidade de La Plata, aplaudido pela multidão.

A cada caso, a multidão respondia com o coro de "vamos a volver" (vamos voltar) e "Cristina senadora". A ex-presidente, vestida de azul e com um broche com a bandeira da Argentina, disse mais de uma vez estar à beira das lágrimas.

"Para mim não interessa ganhar eleições, mas sim que os argentinos voltem a poder planejar suas vidas", disse.

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No momento mais emotivo do ato, chamou ao palco um casal que recebia subsídios do Estado por questões de saúde -ele é cego e ela tem visão reduzida, com os três filhos.

Como um dos cortes recentes do governo Macri foi para pessoas com deficiência, o casal perdeu metade de sua entrada mensal. Neste momento, a multidão reagiu com xingamentos ao atual presidente, ao que Cristina novamente voltou a pedir calma e que não se usasse linguagem agressiva.

Desde por volta do meio-dia, os militantes começaram a chegar, abraçados a bandeiras argentinas e com cartazes com dizeres contra Mauricio Macri e de apoio à ex-presidente.

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Nos dias anteriores, Cristina havia pedido, por meio das redes sociais, que não se trouxessem insígnias de partidos ou de organizações sociais, "apenas uma bandeira argentina, pode ser feita por você mesmo".

Seu novo partido, o Unidade Cidadã, anunciará nos próximos dias a lista de candidatos que concorrerão nas eleições legislativas de 22 de outubro.

O pleito renovará mais da metade do Congresso. Porém, para chegar a ele, a legislação exige que se realizem primárias (as PASO) dentro dos partidos, em agosto, para que haja acordo quanto a um candidato único aos principais postos.

Como Cristina não queria enfrentar-se com Florencio Randazzo, seu ex-ministro de Transportes e preferido dos peronistas de centro e de direita, a ex-presidente resolveu prescindir do partido Justicialista e fundar uma nova força.

Ainda faltam quatro dias para que vença o prazo da inscrição dos candidatos, em 24 de junho. Mas, devido a essa movimentação de Cristina, o mais provável é que o peronismo chegue fragmentado ao pleito, com três candidatos principais à liderança do Senado: Cristina (Unidade Cidadã), Randazzo (Partido Justicialista e aliados) e o ex-candidato à Presidência, Sergio Massa (Frente Renovadora).

Usualmente tida como termômetro da eleição presidencial seguinte, a renovação de meio de mandato considera vencedores das eleições os partidos que elegem maior número de senadores e deputados, assim como os representantes mais votados para ambas as casas.

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