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ATUALIZADA - Vale a pena manter viva onça que come gado no Pantanal

REINALDO JOSÉ LOPES SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Matar onça-pintada que andou comendo bezerro desgarrado pode até satisfazer o desejo do fazendeiro de ir à forra e não ficar no prejuízo, mas é uma péssima ideia do ponto de vista do bolso. Pesquisadores ca

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.06.2017, 20:30:11 Editado em 07.06.2017, 23:11:24
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REINALDO JOSÉ LOPES

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Matar onça-pintada que andou comendo bezerro desgarrado pode até satisfazer o desejo do fazendeiro de ir à forra e não ficar no prejuízo, mas é uma péssima ideia do ponto de vista do bolso.

Pesquisadores calcularam quanto uma região do Pantanal ganha por ano com o turismo de observação de onças e compararam o valor com os prejuízos trazidos pelos felinos que gostam de comer carne bovina de vez em quando. Resultado: o que se perde com as reses devoradas equivale a menos de 2% do que se ganha com os turistas fãs de onça.

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Em números absolutos, estamos falando de quase US$ 7 milhões amealhados em 2015 com o ecoturismo dedicado aos felinos, versus apenas US$ 121 mil perdidos por conta da ação das onças. Isso, é bom lembrar, em apenas um pedaço do Pantanal -a região do Parque Estadual Encontro das Águas, nos municípios de Poconé e Barão de Melgaço (MT).

Os dados, expostos em artigo na revista científica "Global Ecology and Conservation", foram levantados por equipe que inclui Fernando Rodrigo Tortato, da Universidade Federal de Mato Grosso e da ONG Panthera, e Carlos Peres, da Universidade de East Anglia (Reino Unido). "Nossos dados podem ser extrapolados para outras regiões que exploram o ecoturismo e a observação da onça-pintada no Pantanal, como Cáceres, em Mato Grosso, e Aquidauana, Corumbá e Miranda, no Mato Grosso do Sul", disse Tortato.

Mesmo na área estudada, os números obtidos pelos pesquisadores estão subestimados porque levaram em conta apenas os ganhos obtidos de forma direta com a observação de felinos, sem considerar coisas como as refeições dos turistas em restaurantes da região ou seus gastos com deslocamento.

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Na área do estudo, a observação de onças costuma ser realizada por empresas que não estão ligadas às fazendas de criação de gado. Os pesquisadores propõem que uma parte muito modesta da renda gerada pela atividade poderia ser usada para cobrir os custos da perda de bois -turistas entrevistados disseram topar que uma média de 7% a mais de suas diárias fosse usada para esse fim. Mas não seria mais lógico que os fazendeiros também virassem empreendedores de ecoturismo?

"Na porção sul do Pantanal, as pousadas estão associadas às fazendas. A onça-pintada pode representar lucro e prejuízo para o mesmo proprietário", diz Tortato.

"Mas não é necessário que todos os pecuaristas diversifiquem o seu portfólio econômico. O mais importante é que eles possam exercer um regime de tolerância ao jaguar que possa ser financeiramente neutralizado por um sistema de compensação", diz Carlos Peres.

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