SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (6) que estão revisando sua permanência no Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) e acusaram o órgão de ter um "viés crônico anti-Israel".
"Os Estados Unidos estão olhando com cautela para este conselho e para nossa participação nele. Nós vemos algumas áreas para fortalecimento relevante", afirmou a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, em uma reunião em Genebra, reiterando reclamações feitas anteriormente pelo governo de Donald Trump.
Criado em 2006, o conselho analisa violações de direitos humanos e faz recomendações periódicas a seus 47 membros para resguardar garantias fundamentais.
Aliado histórico dos Estados Unidos, Israel é frequentemente criticado pelo organismo pela ocupação militar de territórios árabe conquistados há 50 anos, durante a Guerra dos Seis Dias, e pelo tratamento dispensado aos palestinos.
Devido a posicionamentos anteriores do conselho da ONU sobre Israel, os Estados Unidos boicotaram o órgão por três anos sob o governo de George W. Bush, tendo se reincorporado ao organismo apenas em 2009 na administração de Barack Obama.
Nesta terça, Haley disse ser "essencial que o conselho resolva seu viés crônico anti-Israel se quiser ter alguma credibilidade". A embaixadora criticou o órgão por adotar, em março, cinco resoluções "enviesadas" contra Israel, enquanto não emitiu posicionamentos sobre a "situação de direitos humanos em rápida deterioração" na Venezuela.
O país sul-americano enfrenta uma grave crise política e econômica e, desde abril, protestos violentos contra o presidente Nicolás Maduro deixaram mais de 60 mortos.
"Enquanto a Venezuela não colocar ordem na casa, deveria retirar-se voluntariamente do Conselho de Direitos Humanos. Ser um membro desse conselho é um privilégio, e nenhum país que viola os direitos humanos deveria ter permissão para sentar-se à mesa", afirmou Haley.
A embaixadora também pediu que o conselho adote posicionamentos sobre as crises em Síria, República Democrática do Congo, Eritreia, Belarus e Ucrânia para "prevenir novas violações de direitos humanos nesses países".
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