SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Conselho de Segurança da ONU expandiu nesta sexta-feira (2) sanções contra a Coreia do Norte na primeira resolução apoiada pela China, maior aliada de Pyongyang, desde que Donald Trump assumiu a Presidência dos Estados Unidos.
Quatro entidades e 15 funcionários norte-coreanos de alto escalão, incluindo o chefe da espionagem do regime, foram adicionados à "lista negra" da ONU, isto é, tiveram ativos no exterior congelados e sofreram um veto a viagens internacionais.
Nas últimas semanas, a Coreia do Norte realizou vários testes bem-sucedidos de lançamento de mísseis, demonstrando a avanço de seu programa nuclear. O regime do ditador Kim Jong-un diz ser capaz de atingir os Estados Unidos com um míssil intercontinental, mas não se sabe se o país conta com tecnologia para fazê-lo de fato.
A resolução, adotada unanimemente pelos 15 países-membros do conselho, foi a mais leve que poderia ser adotada e havia sido negociada por cinco semanas entre Washington e Pequim, que tradicionalmente discutem medidas contra a Coreia do Norte privadamente e só depois as levam aos outros membros do órgão.
Os EUA, porém, conseguiram convencer a China a votar a questão em uma reunião aberta. O voto público de Pequim contra Pyongyang demonstra a insatisfação do principal aliado internacional de Kim Jong-un em relação à promessa do regime norte-coreano de realizar um sexto teste nuclear.
O apoio da China se deu ainda apesar da irritação com a instalação do sistema antimísseis americano na Coreia do Sul. O escudo é visto por Pequim como uma ameaça à estabilidade da região.
Apesar disso, os chineses têm dado sinais de que apoiarão sanções mais duras -como um embargo ao petróleo ou sanções econômicas mais duras- apenas em caso de um novo teste nuclear ou de um teste de míssil balístico de longo alcance.
A Rússia também votou a favor da resolução, apesar de os EUA terem imposto sanções a empresas e indivíduos russos na quinta-feira (1º) ligados ao programa nuclear norte-coreano. Moscou também não vê com bons olhos o sistema antimísseis dos EUA na Coreia do Sul.
O governo Trump vem pressionando Pequim para controlar melhor o país vizinho, avisando que todas as opções estão na mesa caso Pyongyang mantenha o desenvolvimento de mísseis.
A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, afirmou após a reunião desta sexta que o "Conselho de Segurança está mandando uma clara mensagem à Coreia do Norte hoje: Pare de disparar mísseis balísticos ou enfrente as consequências".
Entre as entidades norte-coreanas alvo das sanções estão o Banco Koryo, responsável pelas transações internacionais de um fundo privado da liderança do regime norte-coreano.
O Conselho de Segurança da ONU impôs as primeiras sanções contra a Coreia do Norte pelo seu programa nuclear em 2006. Desde então, após cinco testes nucleares e dois lançamentos de mísseis de longo alcance, vêm recrudescendo as medidas.
O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, disse ao conselho no dia 28 de abril que "era preciso agir antes que a Coreia do Norte agisse". Horas após o encontro, Pyongyang voltou a testar mísseis.
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