SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça do Chile condenou à prisão mais de cem agentes que faziam parte da DINA (Direção de Inteligência Nacional), a polícia secreta da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), na maior sentença por violações de direitos humanos do período.
Os 106 agentes foram acusados de sequestro e assassinato de 16 pessoas durante a Operação Colombo, que aconteceu nos primeiros anos da ditadura.
As penas de prisão variam entre 541 dias e 20 anos. Muitos já estão cumprindo pena por outros casos. O Estado foi condenado a pagar cerca de 5 bilhões de pesos chilenos (US$ 7,5 milhões) aos familiares dos falecidos.
Segundo o juiz Hernan Cristoso, os 16 mortos eram militantes de esquerda ou membros do Partido Socialista que tinham sido presos por agentes da DINA em 1974 ou 1975, em Santiago. Eles foram transferidos para centros de tortura em torno da cidade e não foram vistos novamente.
Na época, autoridades explicaram os desaparecimentos dizendo que as vítimas fugiram do país. Mais tarde, mudaram a versão, afirmando que os militantes foram mortos em conflitos internos.
Durante o governo de Pinochet, cerca de 3.000 pessoas morreram ou desapareceram no Chile, e milhares -incluindo a atual presidente Michelle Bachelet- foram torturados.
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