SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente dos EUA, Donald Trump, pretende retirar o país do Acordo de Paris sobre o clima, conforme apuraram meios de comunicação americanos nesta quarta (31) com integrantes do governo.
As autoridades citadas, porém, ponderam que o republicano ainda não tomou a decisão definitiva, e parte de seu gabinete tenta dissuadi-lo de deixar o acordo global.
Após a divulgação das reportagens, o presidente escreveu em uma rede social: "Anunciarei minha decisão sobre o Acordo de Paris nos próximos dias. Faça a América grandiosa novamente!"
Trump afirmara que tomaria uma decisão sobre o assunto ao longo da semana.
Formulado em 2015 e assinado por 197 países e blocos, o tratado é a principal iniciativa global para frear as mudanças climáticas ao criar o compromisso de manter o aquecimento da Terra abaixo de 2° C (em relação à era pré-industrial) até o fim do século, tentando limitá-lo a 1,5°C.
Na cúpula do G7 (grupo das sete principais economias desenvolvidas) na semana passada na Itália, o líder americano foi pressionado por líderes mundiais a manter os EUA no pacto. O país é o segundo maior emissor de gases-estufa, atrás da China.
Segundo o jornal britânico "Financial Times", o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o organismo tem pressionado os EUA a se manterem no acordo e vem tentando convencer Trump de que a saída do tratado poderia ameaçar a segurança e a economia do país.
Durante a campanha eleitoral em 2016, Trump classificou o aquecimento global de "farsa" e ameaçou retirar os EUA do acordo --o governo de seu antecessor, Barack Obama, fora um dos principais fiadores do tratado, por meio do qual os países se comprometem com metas de redução da poluição.
Parte da base eleitoral do presidente contesta o aquecimento global, apesar das provas científicas, ou contesta sua velocidade ou a responsabilidade do homem pela mudança climática.
Além disso, o republicano afirma que o pacto ameaça a capacidade produtiva dos EUA ao estabelecer limites para a emissão de poluentes. Ele também vem relaxando regulamentações ambientais e tenta cortar a verba da área.
A eventual saída dos EUA pode comprometer as metas do acordo e mudar a forma como outros governos, sobretudo os de países em desenvolvimento como China e Índia, tratam o compromisso.
Durante as negociações, esses países arrogaram-se o "direito de poluir" por mais tempo, já que sua industrialização e sua consequente ação poluidora é mais tardia.
Também nesta quarta, porém, reportagem do "Financial Times" informou que a China e a União Europeia anunciarão um acordo nesta sexta (2) para tomar medidas que "acelerem o processo irreversível de reduzir o uso de combustíveis fósseis".
Tal entendimento e o consequente engajamento chinês no processo poderiam, segundo analistas, mitigar parte do efeito da saída dos EUA do Acordo de Paris.
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