SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A explosão de uma bomba escondida num caminhão da rede de esgoto deixou ao menos 90 mortos e 400 feridos nesta quarta-feira (31) em Cabul, capital do Afeganistão.
O ataque ocorreu na região conhecida como Wazir Akbar Khan, que concentra embaixadas internacionais e fica próxima ao palácio presidencial, em meio ao início do Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos.
Segundo um porta-voz do Ministério do Saúde, o número de vítimas ainda pode subir --há muitas mulheres e crianças feridas.
A carga explosiva foi acionada em um caminhão-pipa às 8h30 locais (1h30 em Brasília), segundo o Ministério do Interior afegão, próximo à Embaixada da Alemanha. O ministro alemão das Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, afirmou que um guarda da embaixada foi morto e alguns trabalhadores do local ficaram feridos.
Também foram atingidos os prédios das representações da França, Turquia, Paquistão, Japão, Emirados Árabes Unidos, Índia e Bulgária.
Um motorista afegão da rede britânica BBC morreu no ataque, e quatro jornalistas ficaram feridos. O motorista trabalhava havia mais de quatro anos para o serviço afegão da BBC, segundo nota da emissora. O comunicado não informa a nacionalidade dos jornalistas feridos.
Nenhum grupo terrorista assumiu o atentado até a conclusão desta edição. O Estado Islâmico e o Taleban foram os autores dos últimos grandes ataques no país. No pior deles antes desta quarta, ao menos 65 pessoas morreram em uma ação de homens-bomba, em agosto de 2015.
O Taleban, que anunciou no fim de abril o início da "ofensiva de primavera", afirmou em uma rede social que não teve envolvimento com o atentado de Cabul, que condenam "com veemência". No passado, o grupo não reivindicou ataques com alto número de civis mortos.
Cerca de 50 carros foram destruídos ou danificados pela explosão. Vidros de lojas, restaurantes e outros prédios foram quebrados num raio de 1,6 km do centro da explosão.
Para o presidente do Afeganistão, Ashraf Ghani, o ataque foi um "crime de guerra".
Ao falar sobre os danos à embaixada alemã, o ministro Sigmar Gabriel declarou que "tais ataques não modificam nossa determinação de apoiar o governo em seus esforços para estabilizar o país".
A missão da Otan -aliança militar ocidental- no país elogiou a "vigilância e a coragem das forças de segurança afegãs que impediram o veículo" de avançar ainda mais na zona diplomática.
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