DHIEGO MAIA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A gestão Doria (PSDB) suspendeu, na manhã desta quarta-feira (31), a instalação de um ponto para atender e acolher os usuários da nova cracolândia, na Praça Princesa Isabel, no centro da capital paulista.
O local concentra o maior número de usuários de drogas desde a realização da operação policial na antiga cracolândia, no dia 21.
Um contêiner seria montado em um terreno pertencente à Cohab, na rua general Rondon, a uma quadra da praça. O espaço é murado, e a ideia da prefeitura seria derrubar o muro para garantir a circulação e um melhor atendimento aos viciados.
Homens da Guarda Civil Metropolitana chegaram a isolar a área para um trator derrubar o muro do terreno, mas a ação foi cancelada.
Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, a medida foi adiada a pedido dos moradores da região, que se sentiram incomodados com a iniciativa. A assessoria de imprensa da prefeitura não informou qual medida vai tomar.
Um aposentado de 75 anos, que pediu para não ser identificado, diz que a medida da prefeitura só vai levar à região mais sujeira e uma sensação maior de insegurança.
"Eles fazem as necessidades no asfalto, as mulheres tiram a roupa na frente das crianças. Não tem respeito nenhum", afirma o morador. Ainda segundo ele, a prefeitura lava a rua todos os dias, mas a sujeira persiste.
Nesta semana, segundo o morador, a fiação de energia elétrica que abastece a iluminação pública da rua General Rondon foi cortada quatro vezes. "Isso é para facilitar a chegada da droga aqui e ninguém ver", diz.
RESISTÊNCIA
O trabalho de abordagem aos usuários de drogas tem encontrado resistência. De acordo com dados da gestão Doria, dos 5.900 atendimentos realizados por assistentes sociais na região da Luz, 2.368 não obtiveram êxito.
Outras 3.532 viciados foram encaminhadas para acolhimento na rede assistencial da prefeitura, como o Complexo Prates e o CTA (Centro Temporário de Acolhimento).
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