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ATUALIZADA - Morre Manuel Noriega, ditador do Panamá e aliado dos EUA nos anos 80

SYLVIA COLOMBO BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - Ditador militar do Panamá entre 1983 e 1989 e aliado dos EUA, Manuel Noriega morreu na noite de segunda-feira (29), aos 83 anos. Ele estava na UTI desde 7 de março, após fazer cirurgia para remoção de

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 31.05.2017, 08:33:07 Editado em 31.05.2017, 08:33:09
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SYLVIA COLOMBO

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BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - Ditador militar do Panamá entre 1983 e 1989 e aliado dos EUA, Manuel Noriega morreu na noite de segunda-feira (29), aos 83 anos. Ele estava na UTI desde 7 de março, após fazer cirurgia para remoção de um tumor no cérebro.

Após ter ficado preso nos EUA, na França e no Panamá por quase 30 anos, acusado de tráfico de drogas, comércio ilegal de armas, lavagem de dinheiro, assassinatos e desaparições, Noriega morreu na capital panamenha.

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O jornalista americano Jon Lee Anderson, especialista em coberturas na América Central, descreve assim sua primeira visita ao Panamá durante os anos da ditadura de Noriega:

"Era o lugar mais rentável do mundo, com seu sistema bancário sem controle fiscal, seu negócio de imprimir passaportes em troca de dólares e por abrigar traficantes e guerrilheiros de toda a América Latina. O Panamá era utilizado para esconder dinheiro, trocar informação secreta e comprar armas".

Noriega nasceu de uma família pobre e entrou para o Exército apadrinhado por outro ditador, Omar Torrijos, ajudando-o na perseguição de seus inimigos políticos desse regime (1968-1981).

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Já nesta época, começou a estreitar laços com os EUA.

Depois da morte de Torrijos num acidente aéreo, Noriega se transformou no "homem forte" do país, manipulou resultado de eleições e transformou-se em ditador.

Sua trajetória foi marcada pela dupla colaboração tanto com os EUA quanto com os chefes dos principais cartéis e organizações criminosas sul-americanas.

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Por muitos anos forneceu informações aos americanos sobre seus inimigos na América Latina --colaborando no conflito contra o sandinismo na Nicarágua e fornecendo inteligência sobre as ações de Fidel Castro (1926-2016) e dos cartéis colombianos.

Por outro lado, também vendia informações dos EUA aos mesmos chefes das máfias da droga sul-americanas, além de abrigar seus líderes quando corriam risco de serem extraditados.

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Uma de suas atividades mais rentáveis, além do narcotráfico e do comércio de armas, era a impressão de passaportes para que espiões cubanos, traficantes ou ex-guerrilheiros pudessem entrar nos EUA ou armar rotas de fuga.

Por muitos anos, a CIA usou as preciosas informações de Noriega. Mas, nos anos 1980, a DEA (agência antidrogas) começou a alertar sobre suas ligações com os cartéis colombianos.

Foi então que os EUA se colocaram contra ele, iniciando uma campanha que culminaria na invasão do país, em dezembro de 1989.

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Foi a maior ação militar dos EUA depois da Guerra do Vietnã, decidida por George H. W. Bush (1989-1993) e que contou com 27 mil soldados.

Foi também a primeira realizada pela Casa Branca para capturar um ditador para que fosse julgado por crimes cometidos fora de território norte-americano.

OSTENTAÇÃO

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O estilo pessoal de Noriega ficou marcado pelos discursos de tom nacionalista, logo carregados de tom anti-imperialista, quando começaram as ameaças de invasão dos americanos.

Na vida pessoal, era conhecido por esbanjar dinheiro em mansões e festas com prostitutas, além de possuir uma coleção de armas que gostava de exibir a quem o visitava.

Aos opositores do regime dentro do país, mandava perseguir não apenas com as Forças Armadas panamenhas, mas também com os famosos "dobermans", uma espécie de força paramilitar designada a dispersar manifestações de modo violento.

Foi sentenciado nos EUA a 40 anos de prisão. Mas, apesar de ter sua pena reduzida, foi julgado em ausência pela França (lavagem de dinheiro) e pelo Panamá (assassinato e desaparecimento de militantes opositores).

Teve pena reduzida nos EUA, mas, assim que foi solto, no entanto, foi levado a cumprir pena na França. Dali, foi extraditado para o Panamá. Voltou a aterrissar em seu país natal em 2011 e estava preso até que começaram seus problemas de saúde.

Numa mensagem pelas redes sociais, o atual presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, disse: "A morte de Manuel Noriega fecha um capítulo de nossa história. Suas filhas e parentes merecem enterrá-lo em paz."

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