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ATUALIZADA - Filme sueco 'The Square' leva Palma de Ouro em Cannes

GUILHERME GENESTRETI, ENVIADO ESPECIAL* CANNES, FRANÇA (FOLHAPRESS) - O filme "The Square", do sueco Ruben Östlund, foi o principal vencedor da edição deste ano do Festival de Cannes. A obra levou a Palma de Ouro, prêmio mais importante dessa que é a most

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.05.2017, 17:30:07 Editado em 28.05.2017, 22:15:34
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GUILHERME GENESTRETI, ENVIADO ESPECIAL*

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CANNES, FRANÇA (FOLHAPRESS) - O filme "The Square", do sueco Ruben Östlund, foi o principal vencedor da edição deste ano do Festival de Cannes. A obra levou a Palma de Ouro, prêmio mais importante dessa que é a mostra de cinema mais conhecida do mundo. A cerimônia ocorreu na noite deste domingo (28), na cidade da costa sul da França.

O filme de Östlund é uma sátira mordaz ao mundo da arte centrada na figura de Christian (Claes Bang), curador de um museu contemporâneo em Estocolmo que se propõe a impulsionar o número de visitantes na instituição a qualquer custo.

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A comédia de humor negro dispara contra artistas contemporâneos e suas obras incompreensíveis, aos catálogos de exposições e seus textos etéreos, e aos limites do que se faz em nome da arte. Algumas das situações descambam para o surreal, com chimpanzés vivendo em apartamentos e performers que incorporam animais.

Apesar do prêmio do júri, "The Square" não foi unanimidade na imprensa. O filme chegou a ser apelidado de "força menor" em algumas das resenhas -um trocadilho com o longa anterior de Östlund, "Força Maior" (2014).

Um dos mais bem cotados, o filme "120 BPM", do francês Robin Campillo, faturou o grande prêmio do júri, o segundo mais honroso do evento. Ambientado nos anos 1990, trata dos integrantes do Act Up, movimento de defesa de soropositivos. No dia anterior, a obra já havia recebido o prêmio da crítica.

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O prêmio do júri ficou com "Loveless", drama familiar do russo Andrey Zvyagintsev que é também uma crítica mordaz a seu país. Foi a segunda Palma do diretor, que em 2014 levou por roteiro com "Leviatã".

O prêmio de direção foi para Sofia Coppola, por "O Estranho que Nós Amamos". O anúncio foi recebido com vaias e gritos de surpresa na sala em que os jornalistas acompanhavam a premiação. A obra é adaptação de livro de Thomas P. Cullinan com olhar feminino sobre um soldado da Guerra Civil Americana (Colin Farrell) abrigado num internato de mulheres.

Nas categorias de atuação, a alemã Diane Kruger levou como melhor atriz pelo drama "In The Fade", em que interpreta uma mulher que perde o marido e o filho num atentado cometido por neonazistas. Favorita em sua categoria, ela dedicou o prêmio a vítimas de ataques terroristas.

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Já Joaquin Phoenix ganhou como ator por seu papel em "You Were Never Really Here": ele interpreta um matador de aluguel cheio de traumas nesse violento longa da escocesa Lynne Ramsay. O americano arrancou gargalhadas por receber o prêmio vestindo smoking e tênis all-star.

O longa de Ramsay também venceu por melhor roteiro, prêmio que dividiu com "The Killing of a Sacred Deer", do grego Yorgos Lanthimos. s escolhas foram polêmicas: ambos os filmes colheram recepções mistas por parte da imprensa.

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Por ser a 70ª edição, o festival organizou um troféu especial, que foi concedido à atriz Nicole Kidman. Neste ano, ela aparece em quatro produções que passaram por Cannes: dois filmes em competição ("O Estranho Que Nós Amamos" e "The Killing of a Sacred Deer"), um longa fora da disputa ("How to Talk to Girls at Parties") e uma série ("Top of the Lake").

A Netflix, que tinha duas produções na disputa pela Palma, saiu da mostra sem nenhum prêmio, confirmando a declaração dada por Pedro Almodóvar, presidente do júri, durante a abertura de Cannes.

Na ocasião, o cineasta espanhol afirmou que não se via entregando o principal prêmio do festival a um longa que não fosse passar pelos cinemas. Foi uma resposta à declaração da Netflix, que anunciou que lançará "Okja" e "The Meyerowitz Stories" diretamente em sua plataforma na maioria dos países, ignorando as salas de cinema.

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A controvérsia forçou a organização do Festival de Cannes a se pronunciar. Thierry Fremaux, diretor artístico da mostra, disse que a partir do ano que vem a competição só exibirá filmes que se comprometerem a passar nas salas de cinema.

Compuseram o júri, além de Almodóvar, os atores americanos Will Smith e Jessica Chastain, os diretores Paolo Sorrentino ("A Grande Beleza"), Maren Ade ("Toni Erdmann") e Park Chan-wook ("Oldboy"), o compositor Gabriel Yared e as atrizes Agnès Jaoui e Fan Bingbing.

No total, 19 longas competiram na disputa deste ano.

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Entre os curtas, o premiado foi o chinês "A Gentle Night", de Qiu Yang. Já o finlandês "The Ceiling", de Teppo Airaksinen.

A cerimônia foi apresentada pela atriz italiana Monica Bellucci e tal, qual noite de Oscar, teve até apresentação musical.

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OUTROS PRÊMIOS

A cineasta veterana belga Agnès Varda levou o prêmio Olho de Ouro, voltado a documentários, por "Visages, Villages", longa que a acompanha no interior da França conversando com anônimos cujos rostos são fotografados, ampliados e afixados em fachadas.

Na seção Um Certo Olhar, paralela à competição oficial e dedicada a obras com linguagem mais experimental, o melhor filme foi o iraniano "Lerd", longa de ficção filmado clandestinamente por Mohammad Rasoulof. Ele levou o prêmio de melhor filme segundo o júri presidido pela americana Uma Thurman.

O prêmio Câmera de Ouro, dedicado a filmes de diretores estreantes, foi para Léonor Serraille, diretora do franco-belga "Jeune Femme", longa foi exibido na mostra Um Certo Olhar e que tem elenco praticamente todo feminino.

No sábado (27) também foram entregues os prêmios da crítica, dados pela Fipresci, entidade que reúne críticos de vários países.

Além de "120 BPM" (na competição), a Fipresci também escolheu "Closeness" e "A Fábrica de Nada" (em seções paralelas).

O primeiro, exibido na mostra Um Certo Olhar, é dirigido pelo russo Kantemir Balagov. Trata do conflito étnico no Cáucaso por meio da história de uma família judia cujo filho caçula desaparece.

"A Fábrica de Nada", do português Pedro Pinho, é um drama de três horas de duração sobre as relações de trabalho numa indústria daquele país. Fez parte da mostra Quinzena dos Realizadores.

Neste ano, o Brasil não participou da competição, mas competiu numa seção paralela, a Semana da Crítica, com "Gabriel e a Montanha", de Fellipe Gamarano Barbosa. O longa do diretor carioca levou dois prêmios nesta mostra -o de revelação e um dedicado à difusão de obras audiovisuais.

*O jornalista GUILHERME GENESTRETI se hospeda a convite do Festival de Cannes

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