SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Os Estados Unidos e o Reino Unido voltaram a compartilhar informação de inteligência nesta quinta-feira (25) dez horas após a polícia britânica interromper a comunicação devido aos vazamentos da investigação do ataque em Manchester.
O líder de combate ao terrorismo do Reino Unido, Mark Rowley, disse que o canal foi reestabelecido depois de ter recebido "novas garantias". Ele admitiu que este tipo de comunicado é incomum em agências de inteligência.
Mais cedo, a polícia de Manchester cortou o sinal por considerar que a divulgação precipitada das informações possa comprometer a investigação do ataque de segunda (22), que deixou 22 mortos e mais de 50 feridos.
Apesar de não ter tomado a decisão, a primeira-ministra britânica, Theresa May, se irritou com os vazamentos, que chegaram aos meios de comunicação americanos através de membros do governo de Donald Trump.
"Deixarei claro ao presidente [Donald] Trump que a inteligência compartilhada entre nossas agências de segurança deve permanecer segura", disse, antes de se encontrar com o americano na cúpula da Otan, em Bruxelas.
O republicano considerou "profundamente preocupante" a divulgação indevida e pediu ao Departamento de Justiça uma investigação. "Os culpados, se encontrados, devem ser julgados com todo o rigor da lei", afirmou.
Desde o atentado, a polícia britânica tem divulgado informações limitadas sobre a investigação. Porém, integrantes do governo americano vazaram essas informações, às quais tiveram acesso, à imprensa do país.
Dentre elas, o nome do homem-bomba responsável pelo ataque, Salman Abedi, e fotos dos fragmentos da bomba usada no atentado. As autoridades britânicas consideram "irritante" e "inaceitável" a divulgação indevida.
Aliados dos Estados Unidos têm expressado crescente preocupação com o compartilhamento de informações com os americanos após a decisão do presidente Trump de revelar a autoridades russas dados sigilosos sobre terrorismo obtidos por Israel.
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