WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Um dia depois de o "Washington Post" publicar que o presidente Donald Trump teria revelado informações confidenciais ao chanceler russo, Sergei Lavrov, o mandatário defendeu ter o "direito absoluto" de compartilhar informações com Moscou.
Segundo o "New York Times", os dados de inteligência sobre uma potencial ameaça do Estado Islâmico "relacionada ao uso de laptops em aviões" foram fornecidos por Israel. Os funcionários ouvidos pelo "Post" tinham dito que Trump repassou as informações a Lavrov sem o aval do país parceiro.
"Como presidente, quis compartilhar com a Rússia (em um encontro abertamente marcado na Casa Branca), o que eu tenho todo o direito de fazer, fatos relacionados a terrorismo e segurança em aviões. Razões humanitárias, além disso eu quero que a Rússia intensifique seu combate contra o EI e o terrorismo", escreveu o presidente em uma rede social.
Mais tarde, o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, H. R. McMaster, disse que Trump não comprometeu "de forma alguma" qualquer informante ou método de inteligência em sua conversa com o chanceler e o embaixador russo, Sergey Kislyak.
Em 11 minutos de entrevista a jornalistas, McMaster repetiu dez vezes que a conduta de Trump foi "apropriada" ou "totalmente apropriada", mas se negou a confirmar se o presidente, de fato, revelou informação confidencial.
"O que eu digo é que, no contexto daquela discussão, o que o presidente discutiu com o chanceler foi totalmente apropriado para aquela conversa e é consistente com o compartilhamento rotineiro de informações entre o presidente e qualquer líder com o qual esteja comprometido", afirmou.
Diante da possibilidade de que a revelação comprometa a segurança de colaboradores, McMaster disse que o presidente não sabia quem era a fonte da informação compartilhada. "O presidente nem sabia de onde essa informação veio. Ele não foi informado sobre a fonte ou o método que nos levou a ela."
No entanto, McMaster sugeriu que Trump pode, sim, ter revelado aos russos a cidade, ocupada pelo EI, de onde partiram as informações de inteligência --uma das principais preocupações dos funcionários que vazaram a denúncia ao jornal.
"Todos sabem o território que o EI controla. Se tivessem que dizer de onde acham que a ameaça veio, vocês provavelmente seriam capazes de nomear algumas cidades."
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