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'Morreu o mestre do Brasil', diz Nélida Piñon sobre Antonio Candido

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Aos 98 anos, o crítico literário Antonio Candido morreu nesta sexta-feira (12) no Hospital Albert Einstein em São Paulo. Amigos e colegas de profissão lamentam a sua morte. "Morreu um grande mestre. Morreu o mestre do Brasil",

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 12.05.2017, 12:00:08 Editado em 12.05.2017, 12:00:10
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Aos 98 anos, o crítico literário Antonio Candido morreu nesta sexta-feira (12) no Hospital Albert Einstein em São Paulo. Amigos e colegas de profissão lamentam a sua morte. "Morreu um grande mestre. Morreu o mestre do Brasil", lamentou a escritora e membro da Academia Brasileira de Letras, Nélida Piñon.

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Crítica literária e professora, Flora Sussekind afirmou à reportagem que "é do Candido que vem toda a crítica moderna brasileira. Sempre escrevi olhando para ele, tenho a impressão que tudo que tenho tentado fazer até hoje tem sido em diálogo com o trabalho dele. Num momento em que a dimensão historiográfica estava meio posta de lado, foi o estudo da obra do Candido que me parece ter conduzido não só a mim mas a outros críticos da minha geração nessa direção -lembro de muitas discussões com o Roberto Ventura, por exemplo, sobre a 'Formação da Literatura Brasileira'."

Ainda de acordo com Sussekind, "o que, para mim é fundamental, a trajetória intelectual do Candido -a firmeza, a coragem e a dignidade com que ele nunca deixou de tomar posição diante da circunstância histórica."

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Para o escritor José Arthur Giannotti, o crítico literário é uma das figuras que marcou "a nossa geração". "Ele deu toda uma visão geral do que é a cultura brasileira. A obra dele é basicamente ter pensado a literatura brasileira como um todo que se organiza em torna de determinados personagens maravilhosos, como Machado de Assis. Tenho enorme admiração, aprendemos muito juntos, apesar das divergências políticas. Tenho opiniões políticas muito mais, digamos, conservadoras. Ele continuou fiel à esquerda populista."

Artista plástico e escritor, Nuno Ramos contou que seu pai Vitor Ramos, professor da USP, era um grande amigo de Antonio Candido e "morreu de um AVC súbito enquanto conversava com o Candido pelo telefone. Eu tinha 14 anos quando isso aconteceu e cresci sob essa admiração."

"Sempre achei impressionante que o Candido escrevia muito do ponto de vista da memória. Memória no sentido de fazer justiça ao tempo. Ele era uma espécie de justiceiro da cultura. Alguém que buscava fazer justiça a nomes esquecidos. Cansei de ouvir o Candido lembrar de uma obra que ninguém mais se recordava, de um intelectual esquecido. Morreu um homem admirável, sem dúvida", afirmou o escritor.

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Em comunicado, o presidente da Câmara Brasileira do Livro, Luis Antonio Torelli afirmou que "Antonio Candido foi pai de grandes obras que refletiam e discutiam a cultura e literatura brasileira, como Método crítico de Silvio Romero, Formação da literatura brasileira e Literatura e sociedade. Que seu conhecimento e produção intelectual continuem desenvolvendo críticos literários como ele".

O ex-ministro da Educação, Aloizio Mercadante, disse em nota que recebe com profunda tristeza a informação sobre a morte de Antonio Candido. "Além de ter uma presença marcante na crítica literária, Antonio Candido é um dos fundadores do PT e sempre esteve ao lado da democracia e das lutas populares. Sua memória sempre estará presente em nossas lutas e sonhos. Neste momento de dor, deixo minha homenagem e solidariedade aos familiares e amigos."

O vereador Eduardo Suplicy também lamentou a morte do Antonio Candido e postou uma carta escrita pelo crítico em seu Facebook. "Me solidarizo com familiares e amigos e o homenageio com uma das suas mais belas reflexões: "Uma sociedade ideal seria assegurar não só os meios materiais de vida, mas assegurar o acesso a todos os níveis de literatura", escreveu Suplicy.

Na carta escrita pelo crítico literário em 2015, ele lamenta que, na época, o atual vereador não foi reconduzido ao Senado e afirma que o vereador foi "por tanto tempo um exemplo pouco frequente de dedicação firme e serna aos verdadeiros interesses populares."

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