MAIS LIDAS
VER TODOS

Geral

Ernesto Neto leva índios à Bienal de Veneza para fazer dança da jiboia

SILAS MARTÍ, ENVIADO ESPECIAL VENEZA, ITÁLIA (FOLHAPRESS) - No sol da primavera italiana, Ernesto Neto e um grupo de seis índios huni kuin, do Acre, fizeram na tarde desta quarta (10) uma das performances mais aguardadas da Bienal de Veneza -a dança da j

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 10.05.2017, 14:45:09 Editado em 10.05.2017, 14:45:11
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

SILAS MARTÍ, ENVIADO ESPECIAL

continua após publicidade

VENEZA, ITÁLIA (FOLHAPRESS) - No sol da primavera italiana, Ernesto Neto e um grupo de seis índios huni kuin, do Acre, fizeram na tarde desta quarta (10) uma das performances mais aguardadas da Bienal de Veneza -a dança da jiboia.

Neto, um dos artistas brasileiros mais relevantes no cenário mundial, discursou em inglês para um grupo de galeristas, colecionadores e críticos, o jet-set da arte que migra para a cidade dos canais a cada dois anos, dizendo que não dançaria para uma plateia. "É uma ação coletiva."

continua após publicidade

Então, todos deram as mãos, ensaiaram cantos e saíram em trenzinho -ou jiboia- serpenteando entre os pavilhões espalhados pelos Giardini. O ato durou menos de meia hora, mas causou alvoroço entre fotógrafos e VIPs que dão a primeira passada de olhos na exposição que abre para o público neste sábado (13).

"Jiboia é a serpente do arco-íris. A gente está trazendo aqui uma sabedoria que está dentro da gente", dizia Neto, momentos antes da performance, na enorme tenda de crochê que montou como sua obra no Arsenale. "Estou aqui trazendo a força da arte, e os índios estão trazendo a força da floresta. A arte deles é para trazer força e conexão, porque o sagrado para eles está em todo lugar, nas coisas vivas. Eles são todos artistas."

Não é a primeira vez que Neto viaja com os huni kuin, uma tribo do Acre. Eles já participaram de ações na Espanha, na Áustria e na Dinamarca, mas a Bienal de Veneza, onde Neto é um dos quatro brasileiros escalados para a mostra principal, é até agora sua principal vitrine.

continua após publicidade

Enquanto na superfície esse é um trabalho de aspecto lúdico, Neto reconhece a tensão política por trás do trabalho num momento de violência que recrudesce contra povos indígenas no Brasil, além de planos políticos que podem tirar seus direitos. "Estão querendo acabar com as árvores, transformar a floresta em plantação de soja, lugar de boi", afirma Neto.

Um dos integrantes de sua comitiva, Ni Nawa, também comenta o assunto. "A vontade era botar um quadro aqui dizendo tudo que está acontecendo no Brasil", ele diz. "Mas, como não dava para fazer isso aqui, a gente mostra nossa espiritualidade."

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Geral

    Deixe seu comentário sobre: "Ernesto Neto leva índios à Bienal de Veneza para fazer dança da jiboia"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!