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Manaus decreta estado de emergência após chegada de índios venezuelanos

FABIANO MAISONNAVE MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - Fugindo da crise venezuelana e das condições ruins em Boa Vista (RR), cerca de 450 índios da etnia warao chegaram nas últimas semanas a Manaus, levando a prefeitura a decretar estado de emergência. Parte dos w

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 08.05.2017, 17:40:08 Editado em 08.05.2017, 17:40:10
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FABIANO MAISONNAVE

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MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - Fugindo da crise venezuelana e das condições ruins em Boa Vista (RR), cerca de 450 índios da etnia warao chegaram nas últimas semanas a Manaus, levando a prefeitura a decretar estado de emergência.

Parte dos waraos está acampada ao lado da rodoviária, em sob barracas doadas e lonas. Outros grupos se alojaram em prédios precários no centro -na sexta-feira (5), um deles pegou fogo, desalojando cerca de 60 pessoas.

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Por causa das condições insalubres, os waraos enfrentam um grande surto de catapora, que já matou uma criança de cinco meses que estava na rodoviária, além de tuberculose e pneumonia.

Outro warao, de 36 anos, morreu no centro, mas a causa da morte ainda não foi determinada. Amigos suspeitam que o motivo tenha sido o forte calor que fazia no prédio sem ventilação onde ele estava abrigado.

Naturais do nordeste da Venezuela (a cerca de 1.800 quilômetros de Manaus), os waraos começaram a chegar em dezembro e sobrevivem sobretudo de doações, da ajuda estatal, do artesanato que vendem pelas ruas e de alguns trabalhos ocasionais.

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Nos locais onde se concentram, chama a atenção quantidade de crianças -são 180, segundo a Secretaria Estadual de Justiça. Muitas passam o dia pedindo esmola nas ruas.

Segundo o gerente da população em situação da Secretaria Estadual de Justiça, Gilmar Camabeth, o decreto de emergência foi discutido em um grupo intersetorial sobre o assunto que inclui a prefeitura, o governo estadual, o Ministério Público Federal e a Pastoral do Migrante, da Igreja Católica. O objetivo declarado da medida é acelerar a ajuda aos waraos.

"A prioridade agora é retirar todo mundo da rua", disse Camabeth, durante visita ao acampamento na rodoviária. À reportagem, waraos explicaram que, antes de chegar a Manaus, eles passaram um período em Boa Vista, a 780 quilômetros ao norte e mais próximo da Venezuela, mas que encontraram dificuldades em conseguir comida lá.

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"Em Boa Vista, estávamos mais protegidos. Aqui, não tem teto e as crianças ficam perto dos carros, mas o bom é que aqui chega variedade de comida. Lá era só arroz com osso", diz Anibal Perez, 29, que veio acompanhado da mulher e dos filhos de três e um ano.

A família está há três semanas em Manaus, depois de ter passado três meses em Boa Vista. Por enquanto, não pensam em voltar para a Venezuela: "Sabemos que está uma crise no Brasil, mas ao menos se consegue comida."

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