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Doria foca moto, mas outras batidas sobem

ARTUR RODRIGUES E MARIANA ZYLBERKAN SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As primeiras mortes nas marginais depois do aumento dos limites de velocidade levaram João Doria (PSDB) e seus auxiliares a focar as atenções e justificativas nos motoqueiros -que representa

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 07.05.2017, 10:05:07 Editado em 07.05.2017, 10:05:09
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ARTUR RODRIGUES E MARIANA ZYLBERKAN

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As primeiras mortes nas marginais depois do aumento dos limites de velocidade levaram João Doria (PSDB) e seus auxiliares a focar as atenções e justificativas nos motoqueiros -que representam os cinco mortos nessas vias em fevereiro e março.

Resultado disso foram declarações públicas nesse sentido e anúncio de medidas para conter esses acidentes.

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Por exemplo, a proibição de motos na pista central da Tietê durante a madrugada a partir do próximo sábado (13) -elas já são proibidas na expressa- a previsão de aplicar multas em motociclistas a partir de imagens de câmeras.

Dados da Polícia Militar, porém, mostram avanço de acidentes com vítimas em todas as demais categorias. Em fevereiro e março, em relação ao mesmos meses do ano passado, houve crescimento nas colisões com vítimas envolvendo motos (60%), carros (10%) e caminhões (108%), além de mais atropelamentos (300%).

No caso dos caminhões, cujos acidentes com vítimas passaram de 12 para 25 nesse intervalo, técnicos explicam que, por causa do tamanho, eles acumulam mais pontos cegos e, muitas vezes, atingem motos sem perceberem.

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Já os atropelamentos, de dois para oito casos, fizeram ligar um alerta da PM. "Acendeu a luz amarela. Vamos ter que acompanhar", diz Marcos Rogério da Cunha, capitão e chefe do policiamento de trânsito nas marginais.

Os dados da PM obtidos pela Folha são os únicos até agora que permitem uma comparação do número de acidentes antes e depois do aumento da velocidade --nessa base, no entanto, não está analisado se a causa está ou não ligada às novas máximas nessas pistas.

As estatísticas oficiais da prefeitura são divulgadas anualmente, por meio de balanços da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

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Para Sérgio Ejzenberg, engenheiro e mestre em transportes pela USP, as novas velocidades influenciaram nesse aumento das estatísticas.

"Velocidade maior é compatível no limite da segurança. Não pode aumentar a mobilidade ao custo de vidas. É uma equação inaceitável."

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Pelo levantamento da PM, 57% das ocorrências nos três primeiros meses deste ano nas marginais foram em colisões traseiras, condição que pode indicar a influência da velocidade nos acidentes. Na prática, quanto maior a velocidade, maior a distância necessária para um veículo parar.

"Na marginal, a quantidade de faixas é variável, gerando reduções de velocidades, em uma via com limite rodoviário [de 90 km/h]", afirma Ejzenberg, para quem as paradas repentinas podem causar essas batidas.

FATOR RISCO

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Uma campanha lançada neste mês pelo Detran, órgão de trânsito ligado ao governo Geraldo Alckmin (PSDB), destaca a influência da velocidade "entre os principais fatores de risco no trânsito".

"A OMS [Organização Mundial da Saúde] estima que um aumento de 5% na velocidade média amplia em cerca de 10% os acidentes envolvendo lesões e de 20% a 30% as colisões fatais", afirma a divulgação da campanha do órgão.

O Detran diz que os riscos de um pedestre adulto morrer se atingido por um carro a menos de 50 km/h é de 20%. "Porém a chance de letalidade sobe para 60% se a pessoa for atropelada a 80 km/h."

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O capitão Cunha, da PM, considera ainda ser cedo para atribuir a alta dos acidentes nas marginais Pinheiros e Tietê à mudança dos limites.

"A velocidade é um fator que influencia as ocorrências, mas a imprudência dos motoristas ainda é predominante."

Ele cita que 27% das autuações aplicadas a caminhoneiros nas duas marginais foram por mau estado de conservação do veículo, como trafegar com pneu liso.

O presidente da comissão de trânsito da OAB-SP, Maurício Januzzi, cita a ineficiência da fiscalização como fator para acidentes com motos.

Segundo a prefeitura, há 14 radares-pistola usados nas marginais por agentes de trânsito para multar motos. "Essa quantidade é pouca e deixa brechas", diz Januzzi.

O consultor de trânsito Flamínio Fichmann diz que os radares-pistola não são capazes de flagrar excesso de velocidade à noite porque usam um sistema por imagem.

"Seria necessário habilitar os radares fixos para multar as motos nos corredores e realizar mais blitze."

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