MARCOS AUGUSTO GONÇALVES
NOVA YORK, EUA (FOLHAPRESS) - Em encontro realizado nesta quarta-feira (3) em Washington, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu colega palestino, Mahmoud Abbas, manifestaram expectativas sobre a retomada de um acordo de paz.
Ambos declararam que estão diante de uma oportunidade histórica para solucionar o conflito entre israelenses e palestinos, que se arrasta há décadas.
Num encontro com a imprensa, sem perguntas por parte dos jornalistas, Trump disse que a paz não poderá ser imposta pelos EUA ou por qualquer outro país, mas se ofereceu para trabalhar como mediador ou facilitador das negociações.
"Falamos com [Binyamin] Netanyahu e com muitos líderes israelenses; iniciaremos um processo que, esperamos, conduzirá à paz. Sempre ouvi dizer que talvez o acordo mais difícil seja entre israelenses e palestinos --vamos provar que estão errados", afirmou o presidente americano.
Os dois líderes renovaram seus compromissos no combate ao terrorismo, e Trump reforçou a possibilidade de incrementar a colaboração econômica com os palestinos.
Não deu, no entanto, detalhes de que medidas concretas iria propor para obter sucesso em um acordo que alguns de seus antecessores -como Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama- tentaram e não conseguiram colocar em prática.
Abbas, por sua vez, voltou a afirmar ser possível encontrar uma solução duradoura e disse que as discussões deveriam ocorrer sob a liderança "corajosa e sábia" do presidente americano.
Deixou claro, porém, que os palestinos querem uma saída que contemple dois Estados, reconheça os acordos anteriores e encerre a ocupação de territórios palestinos por parte de Israel.
"Após 50 anos, somos o último povo no mundo que ainda vive sob ocupação. Aspiramos conseguir obter nossa liberdade e nosso direito à autodeterminação", disse.
A posição de Abbas contempla a existência de dois Estados -um palestino, com capital em Jerusalém Oriental, e outro israelense, baseado nas fronteiras existentes em 1967, antes da Guerra dos Seis Dias, o que excluiria Gaza e a Cisjordânia.
Os limites foram aceitos nesta semana pela facção palestina Hamas, em mudança do posicionamento histórico do grupo em relação ao tema.
Israel, porém, rejeita a proposta, sob o argumento de que o restabelecimento dos limites de 1967 poderia impor graves riscos de segurança.
O país também se opõe a exigências dos palestinos em relação a refugiados e não aceita a divisão de Jerusalém.
TRUMP E A PALESTINA
Em janeiro, Trump disse que indicaria seu genro, Jared Kushner, para mediar um acordo de paz.
Um mês depois, após receber Netanyahu, o presidente americano gerou controvérsia ao dizer que o processo de paz no Oriente Médio poderia incluir uma solução que não preveja um Estado palestino ao lado de Israel.
Diante da repercussão, auxiliares ressaltaram depois que o republicano aceitaria qualquer arranjo que fosse consenso entre os dois lados.
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