SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O jornal "The New York Times" pediu em editorial nesta segunda-feira (1º) que Barack Obama doe o dinheiro recebido por palestras pagas a instituições de caridade ou à fundação que o ex-presidente pretende abrir.
Na semana passada, a mídia americana divulgou que o democrata aceitou pagamento de US$ 400 mil para falar em uma conferência de saúde patrocinada por um banco de investimento de Wall Street.
No editorial, o jornal lembra que as palestras pagas são uma praxe de presidentes que deixam o cargo no país, com exceção de Jimmy Carter (1977-1981), mas sugere que Obama estabeleça um novo padrão.
Para o "New York Times", é "desalentador" que justo ele, que teve a candidatura fundada em um "exame moral" da política, adote a mesma prática dos demais.
A mudança de atitude, diz o diário, poderia inclusive restaurar a conexão do Partido Democrata com os trabalhadores americanos.
Pesquisa divulgada na semana passada mostrou que dois terços dos eleitores tem uma imagem da legenda como distante das preocupações da população.
O editorial lembra ainda os danos à imagem de Hillary Clinton, candidata derrotada por Donald Trump, após palestras pagas pelo mercado financeiro.
O texto faz também referência à intenção de Obama e sua mulher, Michelle, de abrir uma fundação que, entre outras tarefas, atuaria na formação de líderes políticos.
"Desde os primeiros dias de Obama no governo, ele lutou com o significado de ser um representante público em uma era em que influência pode ser comprada. (...) Agora, no momento em que ele se compromete a formar futuros líderes americanos, temos a audácia de esperar que ele defina um padrão mais elevado para os presidentes do passado", diz o texto.
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