SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governo dos EUA anunciou nesta segunda (24) sanções contra 271 cientistas ligados ao regime do ditador sírio, Bashar al-Assad, em resposta a um ataque químico no noroeste da Síria que Washington atribui a Damasco -o regime sírio nega.
"Essas sanções têm como alvo o centro científico que dava suporte ao terrível ataque com armas químicas do ditador Assad contra civis inocentes, homens, mulheres e crianças", afirmou o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin.
Segundo as autoridades americanas, os cientistas sancionados são especialistas em química do Centro de Pesquisa e Estudos Científicos da Síria (CPECS) e teriam integrado o "programa de armas químicas" desde ao menos 2012.
As medidas envolvem o congelamento de todos os bens nos EUA desses funcionários, além da proibição para qualquer indivíduo ou empresa americana de fazer negócios ou acordos com os sancionados.
De acordo com o centro de estudos Iniciativa contra a Ameaça Nuclear, sediado em Washington, o CPECS é o maior centro de pesquisas científicas da Síria, com laços com as Forças Armadas do país.
O próprio centro já tinha sido objeto de duas declarações de sanções, em 2005 e 2007, por seu suposto papel no desenvolvimento de armamentos químicos.
Assad diz não possuir mais armas de destruição em massa e nega envolvimento no ataque químico, que deixou pelo menos 80 mortos na cidade de Khan Sheikhun no dia 4 de abril.
Exames conduzidos pela Organização para a Proibição de Armas Químicas confirmaram a presença de gás sarin nos corpos de ao menos dez vítimas do ataque.
Trump, que até então vinha adotando uma posição neutra em relação ao ditador, chegou a lançar mísseis contra um alvo do regime sírio, algo inédito na guerra civil iniciada em 2011.
Potências internacionais tentam negociar o envio de uma missão da ONU para vistoriar instalações militares sírias em busca de armas de destruição em massa.
A Síria e a Rússia, principal aliada de Assad, rejeitam a proposta e pedem que também seja analisado o local do ataque, que está sob o controle de grupos rebeldes contrários ao regime.
O Reino Unido elogiou as sanções americanas e disse que apoia esforços para responsabilizar os responsáveis pelo ataque químico.
"Sanções mandam um sinal claro de que ações têm consequências e buscam impedir outros de cometer atos bárbaros semelhantes", disse em nota o chanceler britânico, Boris Johnson.
"Saudamos o papel que as sanções exercem no sentido de aumentar a pressão sobre o regime sírio para dissuadi-lo de sua campanha militar", completou.
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