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Partido alemão de extrema direita define novos líderes para eleições

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha, na sigla em alemão) elegeu neste domingo (23) o publicitário Alexander Gauland, 76, e a economista Alice Weidel, 38, para liderarem sua campanha nas eleições de se

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 23.04.2017, 14:25:01 Editado em 23.04.2017, 14:25:05
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O partido de extrema direita AfD (Alternativa para a Alemanha, na sigla em alemão) elegeu neste domingo (23) o publicitário Alexander Gauland, 76, e a economista Alice Weidel, 38, para liderarem sua campanha nas eleições de setembro, após a figura mais conhecida da organização, Frauke Petry, 41, anunciar na quarta-feira (19) que não seria mais candidata.

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A sigla anti-imigração vai tentar ganhar assentos no parlamento nacional pela primeira vez.

Pesquisas mais recentes colocam o AfD numa faixa entre 8% e 10% das intenções de voto -cerca de um terço abaixo do verificado no final do ano passado, mas ainda acima do limiar de 5% para entrar no Parlamento.

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A votação aconteceu durante a convenção do AfD no fim de semana na cidade de Colônia. O encontro foi marcado por protestos no sábado (22), quando dezenas de milhares de pessoas se reuniram contra o partido populista e bloquearam o acesso ao hotel onde a convenção aconteceu. No domingo, a cidade permaneceu relativamente calma, e a polícia relatou apenas algumas pequenas manifestações.

Cerca de 68% dos delegados presentes votaram pela dupla e 28% votaram contra, segundo a agência de notícias alemã DPA.

As divisões entre diferentes alas do partido nacionalista ficaram mais claras quando os delegados rejeitaram o apelo que Petry para que a organização seguisse um caminho político mais pragmático, ao invés de se transformar em um partido "fundamentalmente de oposição". A derrota foi um golpe significativo para Petry, cuja posição no partido está agora significativamente enfraquecida.

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Gauland é um dos membros mais proeminentes do AfD e um dos principais rivais de Petry. Ele é visto também como apoiador do principal membro da sigla, Björn Höcke, que causou indignação em janeiro ao chamar o Memorial do Holocausto de Berlim de "monumento da vergonha".

"Queremos manter o nosso país de origem, manter a nossa identidade, e estamos orgulhosos de sermos alemães", disse Gauland em seu discurso de aceitação.

Já Weidel é uma figura pouco conhecida dentro do partido. Tida como uma voz mais moderada, é a favor da expulsão de Höcke. Ela tem procurado se estabelecer como uma especialista em finanças e economia na sgilao.

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"Se agora nós ficarmos juntos e lutarmos juntos, então, finalmente, um verdadeiro partido da oposição entrará no Parlamento alemão", disse Weidel aos presentes na convenção.

MANIFESTO

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Os delegados também votaram por um manifesto eleitoral que é duro com a questão da imigração e com os muçulmanos, além de reiterar apelos para que o país deixe a zona do euro.

Josef Schuster, presidente do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, condenou o movimento da AfD à extrema direita, dizendo que o partido está tentando tornar "uma maneira chauvinista-nacionalista de pensar socialmente aceitável na Alemanha novamente".

Schuster advertiu ainda que o partido está "ameaçando a vida judaica e muçulmana na Alemanha".

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As intenções de voto para o AfD subiram em meio à chegada de imigrantes à Alemanha no final de 2015 e início de 2016. No entanto, a aceitação ao partido caiu nos últimos meses, quando o assunto desapareceu das manchetes e os membros da sigla voltaram-se cada vez mais para lutas internas, com Petry e seu marido, Marcus Pretzell, fazendo oposição a outras figuras de peso ainda mais à direita, como Gauland.

Petry também irritou alguns rivais encabeçando esforços para expulsar Höcke, que é o líder regional do AfD no estado da Turíngia.

Os partidos políticos alemães escolhem candidatos de liderança para as eleições que, geralmente, dominam as campanhas e, no caso dos partidos maiores, competem para se tornar chanceler. A jogada de Petry deixou o AfD sem tal figura.

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COMO FUNCIONA

A Alemanha é uma república federativa, com sistema de governo parlamentarista. O poder Executivo é encabeçado pelo chanceler federal, chefe de governo com cargo equivalente ao de primeiro-ministro em outros regimes parlamentaristas.

No dia 24 de setembro deste ano, o país realiza suas eleições gerais. Nela, é decidida a composição do Bundestag (Parlamento), ou seja, quem serão os deputados federais. Uma das tarefas desses deputados é escolher o chanceler alemão.

Os representantes do povo são escolhidos em eleições livres e secretas a cada quatro anos.

Para determinar a composição do Bundestag, cada eleitor tem direito a dois votos: um direto e outro na legenda.

Com o voto direito, o eleitor escolhe um candidato para representar seu distrito eleitoral. A Alemanha tem 299 distritos eleitorais (um para cada 250 mil habitantes), com representantes que compõem metade dos cerca de 598 assentos do Parlamento.

A outra metade é definida pelo voto em legenda, que determina a força de cada partido dentro do Parlamento. Por exemplo: se um partido obtiver 40% dos votos em legenda, ele detém 40% dos assentos no Bundestag.

Para estipular quem serão os deputados além dos escolhidos pelo voto direto, os partidos estabelecem uma lista hierárquica. O primeiro da lista costuma ser o candidato a chanceler federal.

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