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ATUALIZADA - Escola em PE fecha as portas após ser atacada por bandidos mais de 20 vezes

LEANDRO MACHADO, ENVIADO ESPECIAL RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - Escolas públicas de Jaboatão dos Guararapes, cidade da região metropolitana do Recife, viraram alvo de criminosos durante uma onda de violência que vem assolando Pernambuco desde o ano passado. U

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 19.04.2017, 20:40:02 Editado em 19.04.2017, 20:40:04
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LEANDRO MACHADO, ENVIADO ESPECIAL

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RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - Escolas públicas de Jaboatão dos Guararapes, cidade da região metropolitana do Recife, viraram alvo de criminosos durante uma onda de violência que vem assolando Pernambuco desde o ano passado. Uma delas fechou as portas após uma série de ataques.

Segundo o sindicato dos professores, ao menos 16 colégios municipais da cidade foram invadidos, furtados e até roubados por criminosos armados neste ano. O município tem 139 unidades.

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Pernambuco vive uma crise na segurança pública que se agravou neste ano. Em três meses, o Estado registrou 1.522 assassinatos - alta de 44% em relação ao mesmo período do ano passado e o maior número em dez anos.

Em Jaboatão, há escolas que já foram atacadas mais de uma vez nos últimos meses. É o caso do colégio Vânia Laranjeira, no bairro de Cajueiro Seco.

Funcionários ouvidos pela reportagem apontam que o prédio foi arrombado e furtado 11 vezes desde outubro do ano passado, sempre aos finais de semana. Os criminosos pulam os muros, quebram as portas e levam de tudo: computadores, ar-condicionado, pen drives, ventiladores e até grampeadores.

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O colégio tem cerca de mil alunos. As salas de aulas, agora, não contam mais com equipamentos de refrigeração, como ventiladores. Na semana em que a reportagem visitou Jaboatão, a temperatura chegou a 32ºC.

Os vidros das salas foram quebrados para que o vento circulasse pelos espaços. "A cidade é quente e as crianças já são inquietas por natureza. Imagina sem ventilador, isso prejudica demais o aprendizado", diz Robson Santana, 32, professor de história.

Janelas das salas dos professores e do setor administrativos foram tapadas com blocos - uma maneira de evitar que elas sejam invadidas novamente.

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"A gente pensa na escola como um refúgio e uma esperança de mudar o que está fora dela. Mas, quando a escola vira alvo da violência, as crianças podem achar que o crime compensa", diz Santana.

Em outro caso, a situação ficou tão grave que a escola acabou sendo fechada. O colégio Dr. José Queiroz foi extinto depois de ser invadido por criminosos 25 vezes em dois anos, dizem professores.

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No meio do ano passado, após um assalto, pais pararam de levar as crianças para o local - funcionários também se recusaram a trabalhar.

"Foi um episódio muito traumático. Três homens armados trancaram os funcionários em uma sala e roubaram tudo. No final, ainda colocaram fogo em livros e carteiras", conta José Eudes Santos, 52, professor da escola.

Depois desse roubo, com baixa presença de alunos, a prefeitura decidiu transferir os estudantes para outra instituição e fechou de vez a Dr. José Queiroz.

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O sindicato dos professores faz uma campanha em Jaboatão para que as escolas tenham vigilância em finais de semana e madrugadas.

OUTRO LADO

A gestão estadual de Paulo Câmara (PSB) atribui parte da crise de segurança pública pela qual passa o Estado a uma operação padrão da Polícia Militar. Tanto policiais civis quanto militares reclamam de falta de estrutura e falta de efetivo.

A Secretaria de Defesa Social (segurança pública) de Pernambuco diz que "intensificou o policiamento ostensivo e as investigações em Jaboatão dos Guararapes, visando coibir as mais diversas modalidades de crimes".

Afirma, também, que existe um trabalho integrado das polícias do Estado com a prefeitura de Jaboatão para investigar e prender os responsáveis pelos ataques.

Já a Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes afirma que as 139 escolas do município têm alarmes eletrônicos e são monitoradas por câmeras de segurança.

"Desde o início do ano foi criada uma ronda escolar pela Guarda Municipal em todos os turnos e foi iniciado um trabalho preventivo junto às famílias e comunidades para aproximação com a gestão das escolas", diz a prefeitura, sob gestão do prefeito Anderson Ferreira (PR).

Sobre a escola Dr. José Queiroz, que fechou após uma série de ataques, a prefeitura informa que a decisão foi tomada pela gestão anterior.

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