SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A gestão João Doria (PSDB) voltou atrás e decidiu manter a distribuição de remédios nas farmácias públicas das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da capital paulista. Novos formatos de distribuição, porém, ainda estão sendo avaliados, segundo o secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara.
"Nós não iremos fechar as farmácias das UBSs porque tem remédios tipicamente para serem distribuídos nas unidades", afirmou o secretário, que admitiu ter ouvido muitas críticas após o anúncio de mudança feito em fevereiro.
A ideia era usar um mecanismo similar ao do programa federal Aqui Tem Farmácia Popular, pelo qual pacientes retiram gratuitamente na rede particular medicamentos contra doenças como diabetes e hipertensão.
O programa, de fato, facilitou o acesso a remédios em áreas do centro expandido. Na periferia da cidade, no entanto, onde os postos de saúde estão mais presentes, tem capilaridade limitada.
A Folha já havia mostrado a disposição irregular das drogarias privadas pela capital paulista como um dos obstáculos aos planos da prefeitura.
Mapa das farmácias
Agora está sendo avaliado o uso da rede particular como complemento às farmácias populares.
Pollara destacou que a distribuição de alguns medicamentos e insumos, como fraldas, poderiam ser feitos pela rede privada, enquanto remédios de uso imediato e que precisam de orientação continuariam a ser ofertados nos postos de saúde.
Medicamentos usados no tratamento de doenças crônicas ainda poderiam ser entregues na casa dos pacientes, pelos Correios, segundo o secretário.
"A democracia é assim, aceitamos as críticas. Não sei se voltar atrás é um defeito, eu acho que é uma qualidade", afirmou o secretário. "Reconhecemos que uma parte daquelas críticas realmente tinham algum tipo de razão."
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