ISABEL FLECK
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - Às vésperas do aguardado encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, da China, uma pesquisa mostra que a imagem do país asiático melhorou entre os americanos, que também se dizem menos preocupados com o impacto econômico da China nos EUA.
Segundo um levantamento feito pelo Centro de Pesquisa Pew e divulgado nesta terça-feira (4), a parcela de americanos que têm uma opinião favorável sobre a China cresceu de 37%, em 2016, para 44%. Também diminuiu o grupo que tem uma imagem negativa do país: de 55% para 47%.
Entre os mais jovens, entre 18 e 30 anos, mais da metade (51%) tem uma visão favorável do país asiático. Os democratas também têm uma melhor imagem da China -49% contra 39% dos republicanos.
O levantamento destaca, contudo, que "apesar de uma campanha presidencial na qual uma retórica negativa sobre China foi usada amplamente pelo então candidato Trump e por outros concorrentes republicanos, os índices se tornaram mais positivos entre os republicanos".
O estudo revela ainda que, nos últimos cinco anos, houve uma queda considerável entre os americanos que veem os impactos da relação comercial com Pequim como um "problema muito sério" para os EUA. A quantidade dos que se dizem preocupados com os ciberataques da China, no entanto, cresceu: de 50% para 55% em cinco anos.
O principal motivo de apreensão, para 60% dos entrevistados, segue sendo a grande quantidade de títulos da dívida soberana americana em poder dos chineses. Só que esse número era de 78% em 2012.
Dois dos pontos mais ressaltados por Trump para criticar Pequim -a perda de empregos nos EUA para a China e o deficit no comércio com o país, que representa cerca de 70% de todo o deficit americano- também preocupam menos a população agora do que há cinco anos.
Hoje, 53% dizem que a perda de empregos para a China é um problema grave e 44% consideram da mesma forma o deficit com o país -os números em 2012 eram 71% e 61%, respectivamente.
Na última sexta-feira (31), Trump assinou dois decretos destinados a acabar com o que chama de "abusos" nas relações comerciais com outros países -em especial com Pequim. Um dos textos orienta o Departamento de Comércio e o Representante de Comércio dos EUA a identificar, em 90 dias, "práticas não recíprocas" que contribuem para o deficit americano.
No campo militar, 58% dos entrevistados disseram que os EUA devem usar a força para defender países aliados que entrarem em conflito com Pequim. Entre os republicanos, 65% se posicionam dessa forma.
Para o levantamento, foram entrevistadas, por telefone, 1.505 pessoas com mais de 18 anos entre os dias 16 de fevereiro e 15 de março. A margem de erro é de três pontos percentuais.
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