SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em menos de dez dias, um novo incêndio de grande proporção atinge nesta sexta-feira (10) a comunidade de Paraisópolis, a segunda maior favela de São Paulo, na zona sul da cidade.
Cerca de 63 bombeiros e 20 carros da corporação estão na favela para combater o fogo, que começou por volta das 10h20. O capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros, informou que o incêndio estava controlado por volta do meio-dia e que a corporação realizava o trabalho de rescaldo.
Um homem de 26 anos foi socorrido pela equipe do Resgate depois de um balde cair em sua cabeça. Ele estava segurando um amigo nos ombros, que tentava ajudar os bombeiros a apagar as chamas.
A União dos Moradores de Paraisópolis afirma que há cerca de cem mil pessoas morando no local. Segundo os bombeiros, o incêndio atinge cerca de 30 barracos, que ficam próximo à avenida Hebe Camargo.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que a avenida estava interditada nos dois sentidos, na altura da rua Herbert Spencer, desde as 10h40. Não há prazo para liberação da via.
Como os barracos de madeira são muito próximos, a preocupação era com que o fogo se alastrasse rapidamente. Muitos moradores da comunidade conseguiram retirar móveis e eletrodomésticos.
A área queimada está em um vale, e o vento ajuda a espalhar as chamas. As causas do incêndio ainda serão apuradas. Equipes da Defesa Civil também estão no local para prestar atendimento às famílias e verificar a situação dos barracos.
Segundo balanço do Corpo de Bombeiros, a corporação atendeu, com o desta sexta, 44 ocorrências de incêndio em favelas na capital paulista este ano. No Estado, foram 102 casos. Em 2016, os bombeiros realizaram 230 atendimentos na capital paulista e 325 no Estado.
OUTROS INCÊNDIOS
No dia 1° de março um incêndio atingiu cerca de 300 moradias de Paraisópolis deixando mais de 1.200 pessoas desabrigadas, inclusive muitas crianças, de acordo com os bombeiros. Uma pessoa chegou a ser encaminhada para o hospital, mas sem gravidade.
Na ocasião, os moradores de Paraisópolis afirmaram que era a quarta fez que ocorria um incêndio naquele mesmo ponto da comunidade. O fogo teria começado quando, segundo os moradores, algumas pessoas estavam fumando pedras de crack.
"Quando a vida está fora da gente não tem mais jeito. Mas enquanto ela estiver dentro da gente vamos continuar lutando", disse, resignado, o manobrista Wanderlei Vieira, que perdeu tudo para as chamas. "Trabalhei a noite inteira e estava descansando quando vieram me avisar. O paranaense de São Judas Tadeu está há 6 meses em Paraisópolis. "A geladeira era novinha".
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