SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente dos EUA, Donald Trump, deverá tirar o Iraque da lista de países afetados pelo novo decreto que veta a entrada de cidadãos de países de maioria islâmica por 90 dias, informou nesta quarta-feira (1º) a agência de notícias Associated Press.
Segundo membros do gabinete, a decisão veio após pressão dos Departamentos de Estado e de Defesa, que temiam retaliação do governo iraquiano, o que poderia prejudicar o combate à facção Estado Islâmico (EI).
A Casa Branca não comentou sobre a informação revelada pela agência. O novo veto, que será divulgado nos próximos dias, deve ser reformulado para evitar contestações judiciais, como a que inviabilizou o decreto anterior.
Os integrantes do gabinete afirmam que a nova ordem deverá honrar os vistos já emitidos para os cidadãos dos países proibidos --Iêmen, Irã, Líbia, Síria, Somália e Sudão, se confirmada a retirada do Iraque da lista.
Também serão retiradas, dizem eles, a proibição por tempo indeterminado para refugiados sírios e a prioridade na concessão de refúgio para minorias religiosas, como privilegiar cristãos em vez de muçulmanos no caso de oriundos do Oriente Médio.
As duas regras, consideradas discriminatórias, foram parte dos motivos para as ações judiciais que levaram à liminar que derrubou o primeiro decreto. Desse modo, os sírios estariam na mesma situação dos demais refugiados, que foram proibidos de entrar nos EUA por 120 dias.
O veto temporário à entrada de cidadãos de determinados países faz parte da linha dura adotada por Trump contra a imigração. Em discurso nesta terça-feira (28) no Congresso, o presidente prometeu uma reforma do sistema de imigração para que esteja "baseada no mérito".
MAL-ESTAR
Se confirmada, a exclusão do Iraque da lista do banimento é uma das formas de curar o mal-estar criado por Trump com o país árabe que, nos últimos meses, é um dos principais responsáveis pela redução do território do EI.
Em resposta ao decreto anti-imigração, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, disse que cogitava medidas de reciprocidade, apesar de que impedir a entrada dos americanos prejudicasse a luta contra a facção.
Trump havia irritado o aliado no Oriente Médio ao dizer, um dia depois da posse, que os EUA deveriam ter ficado com as reservas petrolíferas iraquianas na guerra.
O responsável por tentar corrigir a má impressão dos primeiros dias foi o secretário de Defesa, James Mattis. Em Bagdá, ele afirmou que os EUA "não estão no Iraque para roubar o petróleo de ninguém", em uma forma de contornar a frase do chefe.
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